quinta-feira, março 28, 2024

Senado e Câmara criam bloco contra Governo Golpista

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Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é o líder do Bloco da Minoria no Senado.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi apresentado na última terça-feira (28) como líder do mais recente grupo criado no Senado Federal, conhecido como Bloco da Minoria. A estratégia dos parlamentares é produzir subsídios sobre a pauta do governo interino de Michel Temer e impedir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que tem votação prevista para o final de agosto. Tendo o seu líder indicado pelo maior partido, o PT, o bloco contará com o apoio da Liderança das Minorias criada também na Câmara dos Deputados, liderado pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

 

Na ocasião, o líder da minoria no Senado reafirmou que a pauta do governo interino é a destruição do legado do Lula, Dilma, Ulisses Guimarães, indo até Getúlio Vargas, pelo impacto devastador que teria na saúde, educação e segurança. Além da PEC que congela o crescimento do gasto público por 20 anos, há um conjunto de retirada dos direitos dos trabalhadores garantidos na constituição. “Vão interferir no capítulo social da Constituição, na reforma trabalhista e previdenciária, onde dois pontos são prioridade para eles, como a terceirização e a desvantagem do negociado pelo legislado, além da abertura em 100% de bens do Estado para o capital estrangeiro”, criticou o senador.

 

Denúncia

 

A mais recente medida autoritária de Michel Temer foi revelada durante a coletiva de imprensa. Segundo Lindbergh, o site da transparência da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), que antes fornecia as informações orçamentárias do Governo Federal, teve o acesso vetado ao público. Segundo ele, medidas típicas de um governo que não foi escolhido pelo povo. “O que a gente vê neste governo provisório é um verdadeiro ataque à soberania nacional, aos direitos sociais e trabalhistas, atos de um governo que, com tais propósitos, jamais seria eleito” considerou.

 

Câmara adota mesma estratégia

 

Deputados de vários partidos também estão trabalhando com a perspectiva do transitório, “na luta contra o governo sem voto e com orçamento sem o povo”, lembrou a Líder do Bloco da Minoria da Câmara, a deputada Jandira Feghali, ao comentar sobre a linha de corte da agenda Temer em prejuízo à sociedade e aos trabalhadores. “Além dessas questões, o processo sucessório da Câmara é outro embate importante onde enfrentaremos um ‘centrão’ que ainda sofre influência do deputado Eduardo Cunha, que quer, entre outras, a aprovação da PEC da doença”, observou Jandira.

 

Situação política pode melhorar

 

Questionado sobre a possibilidade do Bloco em se aproximar do governo por meio do presidente do Senado Renan Calheiros, Lindbergh foi categórico. “Embora respeitemos a posição do presidente do Senado, não vamos a nenhum encontro ou reunião porque não reconhecemos este governo ilegítimo. O que vão fazer lá (jantar para o qual foram convidados) é discutir, entre outras medidas, a PEC da doença”, criticou Farias.

 

A ideia é fazer da Comissão das minorias um espaço para que os senadores e demais parlamentares possam se manifestar mesmo fora das sessões plenárias, envolvendo, inclusive, os movimentos sociais que representam todas as frentes. Sob a coordenação dos líderes, as duas casas reforçarão a agenda contra as medidas espúrias e pela retomada da democracia.

 

Contracs presente

 

Em consonância com a coordenação de uma equipe técnica que atuará na Câmara e no Senado, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) será colaboradora nesta empreitada. Sempre presente no legislativo, a Contracs é reconhecida pela luta histórica em favor dos trabalhadores que agora têm os direitos ameaçados caso seja aprovada as medidas do pacote apresentado por Temer. Dentro de uma concepção politica em favor dos trabalhadores, a Confederação, juntamente com os sindicatos e federações filiadas, se mobiliza pela manutenção dos direitos conquistados, principalmente durante os governos do PT sob a representação de Lula e Dilma. Dessa forma, seja no parlamento ou nas mobilizações dos trabalhadores, a Contracs reafirma sua parceria na luta pela manutenção de direitos e pelo reestabelecimento da democracia, que se fará com o fim do impeachment e o retorno da Presidente Dilma Rousseff.

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