Mídia contribuiu com o espetáculo conservador.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) considera altamente arbitrária as prisões dos companheiros José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, que com o auxílio da mídia foram transformadas em um espetáculo sensacionalista e desproporcional.
Diante dos fatos, a Contracs vem a público manifestar-se contrária a atitude do ministro Joaquim Barbosa, que expediu os mandatos de prisão contra os companheiros antes mesmo do julgamento de seus últimos recursos jurídicos, os embargos infringentes. Para a confederação, o direito a defesa é inalienável e foi negado a estes companheiros de forma flagrante e condenável.
A Contracs ainda reitera a resolução da executiva da CUT Nacional que afirmou:
“Seu julgamento foi um ato de exceção, que deve ser compreendido pela nossa militância como parte de um processo orquestrado pelos setores conservadores da sociedade contra o projeto político democrático popular responsável pelos avanços sociais dos últimos doze anos no Brasil.
Esses setores conservadores da sociedade não se conformam e não suportam o desenvolvimento com inclusão social, a distribuição de renda e, menos ainda, o acesso de pobres a bens e serviços que antes eram privilégio de poucos, como andar de avião, ter casa própria, entrar na faculdade ou comprar carros. Querem ganhar no tapetão.(…)
O uso da chamada doutrina do fato (julgamento com base na interpretação de fatos e não de provas) para incriminar os acusados abre a possibilidade de ser utilizado, de forma recorrente, para criminalizar os movimentos sociais e condenar suas lideranças, assim como condenar cidadãos comuns, constituindo-se numa afronta aos diretos humanos, gerando uma situação de insegurança jurídica e provocando um verdadeiro retrocesso na trajetória percorrida pelo País na consolidação das instituições democráticas.”
A Contracs reconhece a importância dos companheiros José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares e solidariza-se a eles neste momento em que seus direitos são atacados.
Para reafirmar nosso reconhecimento no papel de cada um na luta pela democratização do Brasil e nas recentes transformações sociais, a Contracs solicita à militância do ramo que se mantenha em defesa destes companheiros para que o Brasil possa, em breve, se tornar um País justo e digno.
Direção da Contracs
