Companheiros estrangeiros mencionam alternativas de atuação local e global para combater o poder das corporações em seminário internacional no 12º ConCUTNa manhã desta terça-feira (13), a Central Única dos Trabalhadores iniciou os trabalhados de seu 12º Congresso Nacional, em São Paulo (SP), com companheiros de entidades internacionais no seminário internacional.
O primeiro seminário do Congresso tratou contou com a presença de Michael Fichter, cientista político e professor da Global Labor University (Universidade Global do Trabalho em tradução livre) e com Sharon Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI).
Enquanto Michael Fichter destacou o poder das redes de trabalhadores – que devem atuar de forma integrada e internacional para combater o poder das corporações para fora do escopo local – Sharon Burrow ressaltou a importância das lutas acontecerem em nível local e global.
O poder das corporações
Michael Fichter, da GLU, ressaltou o poder das corporações, que conseguem controlar as regras de onde estão instaladas ao redor do mundo, influenciando na política, nos sistemas de saúde, nas leis e em outras perspectivas.
Ao abordar as cadeias produtivas das corporações, Michel expôs de que forma elas atuam no cenário econômico, envolvendo diversos setores. “Embora haja sindicatos nas diferentes partes da cadeia de valor das empresas, a grande questão é: Como os sindicatos vão se juntar para combater o trabalho precário e o poder das corporações?” Segundo o cientista político, as entidades sindicais precisam se unir, construir interesses comuns e o escopo de uma agenda local para atuar em conjunto.
Além da atuação local, o cientista político tratou da atuação conjunta em nível internacional. “Precisamos ter redes de trabalhadores, que combatam o poder para fora do escopo local porque as corporações já sabem como manejar os sindicatos de forma local.” finalizou.
Por uma atuação local e global por direitos
Sharon Burrow, secretária-geral da CSI, destacou que as pessoas têm fome de justiça e democracia. Ela destacou os movimentos existentes na América Latina como exemplo, pois são pessoas que vão às ruas defender a democracia.
Sharon não deixou de tratar da conjuntura nacional brasileira e lembrou da iminência de golpe que a Presidenta Dilma Roussef vem sofrendo. “Não podemos confiar em uma democracia que tem sua eleição legítima contestada. Nada de golpe no Brasil por isso solapa não só os trabalhadores do Brasil, mas em todas as partes porque se fizerem isso aqui – qual será o próximo país?” alerta.
A secretária geral da CSI ressaltou conquistas importantes ao redor do mundo em favor dos trabalhadores, mas também afirmou que ainda existe aspectos negativos como os índices de desenvolvimento levantados pela CSI. Entre os dados negativos internacionais, Sharon mencionou os 58% dos trabalhadores no mundo que não tem direito à greve e 36 milhões estão em situação análoga de escravidão.
“Os governos mundiais precisam garantir o direito ao trabalho – e também para os refugiados – com trabalho decente e justo para dar segurança às pessoas.” reiterou Sharon ao tratar das necessidades de se garantir, por exemplo, o salário mínimo a todos os trabalhadores no mundo.
Para ela, é necessário acabar com a escravidão e dominar o poder das corporações. “60% da força de trabalho global é informal e com contratos por hora. Como pode alguém trabalhar sem nenhuma garantia ou sem saber quantas horas vai trabalhar?” questionou.
Entre as alternativas de combate às situações precárias, Sharon pontuou: “Se não tivermos níveis de luta nacional e global, não conseguiremos vencer. Por isso, estou grata de estar aqui junto aos companheiros da América Latina para que construamos nossas alianças entre os países. Cada um de nós pode mudar a ambição e o poder das corporações.” finalizou Sharon que mencionou mais um dado: 94% das pessoas querem garantias de direitos trabalhistas.
12º ConCUT
O Congresso Nacional da CUT continua até sexta-feira, dia 16. A abertura oficial acontecerá nesta noite e contará com a presença da presidenta Dilma Roussef e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva além do ex-presidente Uruguaio Pepe Mujica.