sexta-feira, novembro 22, 2024

15 de março: trabalhadores/as nas ruas contra as reformas da previdência e trabalhista

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Contracs participou do ato em todo o país reafirmando “Direito não se reduz, se amplia”

Ato em Brasília Foto: Jornalistas LivresDesde o início da manhã de quarta-feira (15), Brasília recebia manifestantes para o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação contra as reformas previdenciária e trabalhista. Em São Paulo, o dia começou caótico com a greve parcial das linhas do metrô e a paralisação das linhas de ônibus, que só saíram das garagens às 8h. O objetivo das movimentações, que também se repetiram em diversas cidades brasileiras, era protestar e alertar contra os perigos impostos pelas propostas em tramitação na Câmara, que retira direitos trabalhistas e previdenciários.

Ato na Paulista Foto: Paulo PintoSe em Brasília os presentes se concentraram na Catedral de Brasília e seguiram em marcha até o estacionamento em frente ao Ministério da Fazenda – ocupado durante a madrugada por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), entre outras entidades ligadas à luta pela terra e moradia e de outros movimentos sociais. Em São Paulo, a manifestação dos professores da rede pública se uniu aos atos das demais categorias e entidades sindicais na Avenida Paulista desde às 16h e que seguiu até o início da noite.

Representando os trabalhadores do ramo do comércio e serviços da capital, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) esteve reafirmou que é contra à retirada de direitos que está colocada pelo executivo sob pretexto das reformas, propostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer.

Contracs firme na luta
Ao falar em nome das mulheres e dos trabalhadores/as representados pela Confederação, Geralda Godinho, diretora-adjunta de Administração e Finanças da Contracs, combateu a perseguição aos trabalhadores. “Os trabalhadores, em especial as mulheres, são atacadas de todas as formas por este governo, tanto na questão trabalhista como nos direitos previdenciários conquistados há décadas”, criticou.

Sobre o ato em Brasília, a sindicalista considera que “as pessoas e, principalmente os trabalhadores estão inconformados, podemos ver isso aqui, pois ninguém aceita a retirada de direitos e, menos ainda, o sonho da aposentadoria. Não cansaremos de lutar contra estes desmontes que chamam de reformas”, garantiu Geralda.

O secretário de formação da Contracs, Olinto Teonácio Neto, participou do ato em São Paulo juntamente com o secretário de saúde e segurança, Domingos Braga Mota e os funcionários e funcionárias da entidade. “O ato foi muito bom não só em São Paulo, mas em todo Brasil. O pessoal começou a sentir que não é de brincadeira e que estão querendo mesmo retirar direitos e, por isso, acredito que as manifestações daqui para frente serão cada vez melhores.”

Além disso, o dirigente acredita que a grandiosidade dos atos deve surtir efeitos junto aos parlamentares que defendem as reformas. “Os deputados devem começar a mudar de posição, mas nos cabe continuar este enfrentamento porque os deputados têm medo quando veem as bases nas ruas.” pontuou.

Em diversos pontos do Brasil, dirigentes da confederação atuaram junto às suas bases para alertar à população sobre os riscos que todos sofrem com a tramitação de propostas tão precarizantes. Defendendo o lema histórico da entidade “Direito não se reduz, se amplia”, diretores da Contracs levaram para as ruas a defesa das condições de trabalho e aposentadoria de mais de três milhões de trabalhadores e trabalhadoras que representa.

Dos gabinetes às ruas
Em defesa dos trabalhadores/as e contrários às reformas de Temer, diversos deputados/as e senadores/as integraram o ato em Brasília. “Essa é a primeira de dezenas de manifestações que juntamente com o povo nas ruas vamos realizar”, externou Vanessa Grazziotin, PCdoB/AM.

Já a deputada Erika Kokai do PT/DF disse que “todas as conquistas custaram suor e sangue do povo brasileiro, vamos combater o golpe e tomar de volta o país que é de todos os brasileiros”.

Lindberg Farias, senador pelo PT/RJ, reduziu a gestão Temer a uma quadrilha. “Quem define as regras neste governo golpista está na cadeia e se chama Eduardo Cunha. Mas todos eles estão temerosos, pois sabem que quem colar no Temer, vai morrer nas eleições em 2018”, finalizou.

Em São Paulo, os manifestantes contaram com a presença do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva que reiterou que o golpe dado no país foi para acabar com as conquistas da classe trabalhadora através da reforma trabalhista e da previdência social. “A reforma da aposentadoria que vai praticamente proibir que milhões e milhões de brasileiros consigam se aposentar, que vai fazer com que os trabalhadores mais pobres deste país – sobretudo os trabalhadores rurais deste nordeste – passe a receber metade do salário mínimo sem ter noção do que estes trabalhadores representam na economia da pequena cidade deste país.” Para o ex-presidente, é necessário que o país volte a crescer, gere emprego e aumente o salário para resolver o problema previdenciário existente.

“Eu queria terminar dizendo o seguinte: eu continuo cada vez mais convicto de que a gente tem que entender que somente o povo na rua e somente o povo utilizando os instrumentos de luta que vocês sabem quais são e somente quando a gente tiver um presidente legítimo, com credibilidade, com confiança da sociedade, a gente vai conseguir fazer esse país voltar a crescer, gerar emprego e a recuperar a confiança que esse povo já teve.” finalizou Lula.

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