Evento foi promovido pela UNI Américas Comércio em parceria com a Fundação Friedrich Ebert
Nos dias 27 e 28 de junho, na cidade de Lima no Peru realizou-se o 2º Foro de Organização Sindical em Empresas de Moda Rápida. O evento foi promovido pela UNI Américas Comércio em parceria com a Fundação Friedrich Ebert.
O 2º Foro fez parte de um processo iniciado em 2016, na cidade de Montevideo – Chile, oportunidade em que entidades sindicais de trabalhadores de vários países, notadamente da América do Sul, passaram a construir coletivamente um caminho no sentido de fazer o enfrentamento contra o avanço cada vez mais veloz de políticas de exploração e precarização da mão de obra que compõe este seguimento, bem como em toda sua cadeia produtiva.
O setor de Moda Rápida é composto de grandes empresas multinacionais e tem um peso considerável no mercado da moda de um modo geral, e aferem lucros exorbitantes, porém, a realidade em que vivem seus trabalhadores é a mais cruel possível. O nível de exploração da mão de obra é algo gritante, onde se constata a existência de baixíssimos salários, falta de segurança, terceirizações e quarteirizações, exploração do trabalho infantil e o trabalho clandestino/semiescravo.
No primeiro dia de atividades, o foro tratou de questões relacionadas aos graves problemas enfrentados pelos trabalhadores peruanos – visões do novo mundo laboral na Uni Américas Comércio – Gênero, Juventude e Diversidade Sexual – Estratégias de Comunicação – Seguridade Social e Saúde e Segurança no setor de comércio.
Já no segundo dia foram discutidos os temas: Trabalho e Produção – Situação e Experiências de sindicalizações – As cadeias de suprimento e Ações conjuntas dos Sindicatos no Setor de Moda Rápida.
Ainda no segundo dia, foi realizada uma mesa de diálogo social entre os participantes e o senhor Mariano Santarisieri (Gerente Corporativo RRHH do grupo Inditex Latino-americano), oportunidade em que a empresa apresentou um audiovisual apresentando a institucionalidade do grupo e as intenções para o mercado regional. Em seguida, o representante do grupo Inditex ouviu as reivindicações dos sindicalistas, debateu com os mesmos e se prontificou a discutir com a empresa caminhos e soluções.
A Contracs participou do 2º Foro representada pelos dirigentes Eliezer Gomes e Kaliane Silva.
Várias empresas do seguimento atuam no Brasil e entre as mais conhecidas estão Casas Pernambucanas, C&A, Renner, Riachuelo, Marisa, Grupo SBF (Centauro, Centauro.com e By Tennys), Cia Hering, Leader, Arezzo e Grupo Imbrands.
Para a dirigente Kaliane Silva, o 2º Foro de Organização Sindical em Empresas de Moda Rápida foi um evento muito importante no sentido de fortalecer e unificar muito mais a luta sindical em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras desse segmento que representa importante fatia do ramo do comércio. “Foi um momento muito oportuno para mim, até porque na minha região encontra-se a matriz do grupo Riachuelo, um dos grandes exploradores da mão de obra comerciária e industriária cuja nossa ação toma outra dimensão diante do acúmulo proporcionado durante a experiência agregada em Lima”, disse Kaliane.
Para Eliezer Gomes, secretário de Relações Internacionais da Contracs, a exemplo do primeiro, o segundo foro reafirmou, a partir das experiências compartilhadas, a necessidade inadiável de fortalecimento dessa luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, não só do setor de moda rápida, mas de todo o segmento, que hoje representa em torno de 20% da indústria brasileira e seus índices de exploração e precarização que ocorrem em toda a cadeia produtiva é algo alarmante. “Estou convicto de que temos muito trabalho pela frente no que diz respeito a essa questão”, sentenciou Eliezer Gomes.
