sexta-feira, novembro 22, 2024

Plenária Nacional da Contracs reúne delegados de todo país

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Mais de 200 sindicalistas participam de programação intensa que visa a construção das estratégias de luta e resistência que pautarão a entidade no próximo período

A mesma cidade de Praia Grande (SP) que assistiu, a quase quatro décadas, a Conferência que daria início ao processo de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), recebeu até a noite dessa segunda-feira (24), cerca de 200 delegados e delegadas do ramo de Comércio e Serviços, representando trabalhadores/as de todo país, que se reúnem na Colônia de Férias do Sindicato dos Comerciários de Osasco (SECOR) para participar da 3ª Plenária Nacional da Contracs/CUT.

“No cenário em que a gente se encontra nos dias de hoje, com uma conjuntura que muda a todo momento, é importante que façamos as lembranças da história. Estamos no local que protagonizou a história da criação da CUT e do Partido dos Trabalhadores, diante de uma ditadura existente. A partir desse momento foi possível criar uma estrutura sindical que resultou na criação de muitas entidades, inclusive a nossa Confederação”, explicou o presidente da Contracs/ CUT, Alci Matos Araujo, na abertura do evento.

“Com o passar dos anos, a Contracs/CUT aumentou seu potencial, criou estratégias, formou base, elevou sua sindicalização na luta e na resistência para enfrentar Michel Temer. Hoje, enfrenta o Congresso com visitas, mobilização, enfrentando spray de pimenta, bomba de gás nas vias daquele parlamento, portanto a resistência é a história de todos nós”, afirma Alci Matos.

Além do vídeo institucional da Contracs, os presentes puderam prestigiar o vídeo da Primeira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), que conta a história da organização e resistência da classe trabalhadora em plena ditadura militar. A abertura do evento contou ainda com a leitura e aprovação do regimento interno, instrumento que deverá auxiliar na organização de todas as atividades da Plenária.

Para o presidente da Contracs/CUT, o momento é uma oportunidade de avançar na organização sindical da entidade. “Aqui realizamos o compromisso de fazer essa Plenária, renovar o plano de lutas, avaliar estratégias e linhas de trabalho com a marca de organizar, resistir e continuar sempre lutando em nome de 3 milhões de trabalhadores do comércio e serviços”.

O evento, que se estenderá até esta quarta-feira (26), tem o objetivo de organizar as ações que devem pautar a atuação da entidade no próximo período, construindo o Caderno de Resoluções que deverá ser socializado e aplicado nos estados.

Além do presidente da Confederação, a mesa do evento contou com a presença dos/as diretores/as da Contracs/CUT: Kaliane Elvira da Silva, Elizeu Gomes, Francisco Alano. Valeir Ertle representou a CUT. A abertura da Plenária também contou com a participação de entidades que realizam a luta sindical no Brasil e no exterior, como a Contraf-CUT, a UNI Global Union e a Internacional dos Serviços Públicos (ISP).

Para o presidente da UNI Américas, Rubem Cortina, a economia que os governos liberais querem baseia-se na renda das empresas e não no consumo popular, negligenciando, assim, a classe trabalhadora e a população de mais baixa renda dos países em desenvolvimento. “Eles não se interessam pelo fato de que os governos populares na América Latina elevaram 75 milhões de pessoas da pobreza extrema, com lideranças como Chavez e Lula. Nós temos uma responsabilidade muito grande na América Latina: ajudar a construir novo modelo econômico e político ”, destacou lembrando o episódio recente onde o presidente ilegítimo Michel Temer foi repudiado na Argentina.

Caminhos para o futuro

“Temos que começar a pensar no futuro da organização sindical no Brasil. A pauta dos banqueiros já está oferecida e a dos comerciantes está por vir. Se a gente olhar as reformas, dos 117 artigos modificados, muitos foram escritos na Fiesp e na Fetraban. Em 2014, tínhamos 5 mil empregos a menos, 2015, 10 mil e esse ano fecharemos com menos 30 mil. Estão reduzindo para contratar precariamente com base na nova legislação trabalhista. Só tem representante do patrão no Congresso Nacional, precisamos aproveitar esse momento para politizar as nossas bases”, afirmou Roberto Von Der Osten, presidente da Contraf-CUT.

Para Francisco Alano, presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Santa Catarina, mais do que nunca, é o momento da classe trabalhadora perceber que precisa colocar as mãos na massa para transformar as utopias em realidade. “Não é a burguesia que vai dar uma sociedade justa para nós, não é esse Congresso com a maioria corrupta que vai possibilitar isso. Essa construção passa pela nossa força de vontade, temos que readquirir a nossa indignação contra a burguesia. Que nós tenhamos capacidade de sair daqui indignados e organizados para reconstruir esse país”, afirma o sindicalista.

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