sexta-feira, novembro 22, 2024

Contracs entrega documento contra abusos da Claro na Colômbia

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Contracs (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços) esteve nesta quinta-feira (24) no consultado da Colômbia em São Paulo para protocolar uma carta (leia abaixo) em que cobra do presidente do país, Juan Manuel Santos, providências diante da postura abusiva da empresa naquele país.

Após a convergência da Claro Fixo Telmex e da Claro Móbil Comcel, os trabalhadores tiveram de aumentar a intensidade do trabalho para dar conta das demandas das duas empresas unificadas sem que isso resultasse em qualquer alteração salarial ou benefício.

No documento, a confederação cobra que o governo intervenha para abrir um canal de diálogo entre a companhia, o sindicato Utraclaro e a UNI Sindicato Global. De acordo com a vice-consulesa, Maria Castañeda, que recebeu os trabalhadores, a reivindicação será remetida ao presidente colombiano e ao Ministério do Trabalho.

Para o presidente da Contracs, Alci Matos, a união internacional da classe trabalhadora é a principal frente de luta pela sobrevivência dos direitos trabalhistas. “Como confederação solidária a comerciários e prestadores de serviços de todo o mundo, cobramos que o governo colombiano atue para estabelecer uma relação correta e justa com os trabalhadores da Claro, que têm sido colocados em situação degradante de jornadas duplas e condições indignas.”

Secretário do Conselho de Enlace da Uni Brasil, que busca promover atos em defesa dos trabalhadores de todo o mundo e ampliar a solidariedade de classe entre diversos setores que integram o sindicato global Uni, Joaquim de Oliveira falou sobre o impacto da ação.

“Neste momento que estamos vivendo de tirar direitos dos trabalhadores em todos os países, é muito importante essa medida da Contracs para mostrar que conhecemos as práticas antissindicais em outras nações e lutamos ao lado de nossos companheiros”, alertou.

Diretora do Sindicato dos Comerciários de São Paulo Maria das Graças Reis diz que a realidade pela qual passam os empregados da Claro é muito semelhante à vivida no Brasil, o que motiva uma luta conjunta.

“Estamos cientes de que estão ocorrendo até demissões por nossos companheiros e companheiras não atingirem metas impossíveis de ser alcançadas, uma realidade que também conhecemos. Os problemas que enfrentam é muito parecido com o dos comerciários daqui”, disse.

Secretário de Relação Internacional da Contracs, Eliezer Gomes, defende que a luta internacional é fundamental para evitar até mesmo a precarização no Brasil.

“A solidariedade é um princípio fundamental para enfrentar o capitalismo e o neoliberalismo que se organizam para tirar direitos dos trabalhadores e massacrar com jornadas excessivas e multifunções, uma ação ampla que precisa ser combatida. A realidade dos trabalhadores colombianos pode, inclusive, se expandir para o Brasil, caso a gente não impeça que ela se alastre em outros países. O governo colombiano tem a obrigação de se posicionar para que os trabalhadores voltem a ter condições dignas”, cobrou.

Lei abaixo o documento entregue e acesse aqui a versão protocolada.

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Dr. Juan Manuel Santos

Presidente da República da Colômbia

Presente

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Em nome da CONTRACS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT, filiada à UNI Sindicato Global, a federação sindical internacional que agrupa aos trabalhadores e as trabalhadoras do setor serviços, com mais de 20 milhões de membros e de 900 sindicatos filiados, manifestamos alerta e preocupação pela situação que atravessam as trabalhadoras e os trabalhadores de Telmex e Comcel na Colômbia.

Com a convergência de Claro Fixo Telmex Colômbia – Claro Móbil Comcel S.A os mais prejudicados foram os trabalhadores e trabalhadoras quem têm visto como aumentaram suas tarefas e sua carga trabalhista.  Agora não somente trabalham para a empresa pela que foram contratados, mas para duas, no entanto continuam com os mesmos contratos e com piores condições de trabalho.

De igual forma, nos alarmam as demissões com justa causa por incumprimento de objetivos muito difíceis de alcançar, além da decisão da empresa de não pagar a indenização correspondente a quem têm dedicado muitos anos em posicionar a Claro como a empresa número um no mercado: seus trabalhadores.

Mediante esta carta queremos fazer conhecer esta situação que está prejudicando aos trabalhadores e as suas famílias e solicitar-lhe, como máxima autoridade na Colômbia, que intervenha para que a empresa tenha uma abertura ao diálogo junto ao sindicato UTRACLARO e a UNI Sindicato Global.

Esperando uma resposta positiva a nossa solicitação, saúdam atenciosamente

Alci Matos Araújo                                                        Eliezer Gomes Pedrosa
Presidente                                                                   Secretário de Relações Internacionais

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