Lista de traidores inclui Jair Bolsonaro que, como deputado federal, foi a favor da reforma trabalhista e de limitar o investimento em saúde e educação
Seja qual for o presidente da República no próximo período – e esperamos que a classe trabalhadora ajude a eleger parlamentares comprometidos com os direitos trabalhistas –, precisará de apoio do Congresso para quebrar retrocessos impostos pelo golpista Michel Temer (MDB) e sua base aliada.
Para facilitar a escolha de deputados federais e senadores, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) disponibiliza em seu portal o voto dos congressistas em 10 temas que marcaram a atual legislatura e afetam os trabalhadores e a democracia.
A lista mostra de qual lado estiveram os congressistas no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na cassação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na entrega do pré-sal aos estrangeiros, na terceirização da mão-de-obra sem limites, na primeira e segunda denúncia contra Temer, na reforma trabalhista, na PEC dos gastos públicos, na MP das petroleiras e na tentativa de reforma trabalhista.
A análise do banco de dados que será atualizado até o fim das eleições, em 28 de outubro, permite observar, por exemplo, entre os candidatos, à presidência quem esteve contra e a favor da retirada de direitos dos trabalhadores. Dos atuais postulantes ao cargo, os deputados federais Jair Bolsonaro (PSL), Cabo Daciolo (Patriotas) e o senador Álvaro Dias (Pode) são os únicos que tinham mandato no Congresso.
Reforma trabalhista – A Câmara dos Deputados aprovou em 26 de abril de 2017 o Projeto de Lei (PL) 6.787/16, que acaba com a carteira assinada, por 296 votos a 177. No senado, o texto chegou como Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17 e passou por 50 votos contra 26.
Na Câmara, Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista e contra os trabalhadores, enquanto Daciolo votou não à reforma. No Senado, Dias também foi contra a reforma.
Terceirização sem limites – Junto com a reforma trabalhista, outro golpe contra os direitos da classe trabalhadora foi a terceirização sem limites, aprovada em março de 2017 por 232 votos a favor contra 188 por meio do PL 4.302/98.
Desta vez, Bolsonaro se absteve (omitiu o voto), enquanto Daciolo votou contra o projeto.
Entrega do pré-sal –Em outubro, a Câmara aprovou o PL 4.567/16, que abre para outras empresas, nacionais e estrangeiras, a exploração do pré-sal, que era tinha a Petrobras como exploradora única.
Conforme o desejo de Temer, mais uma vez, Jair Bolsonaro votou a favor da entrega da riqueza, enquanto Cabo Daciolo optou pelo não. Álvaro Dias, no Senado, também se posicionou por seguir as orientações do governo golpista.
Limite para investir em saúde e educação – Em 10 de outubro de 2016, a Câmara aprovou por 366 votos a 111 a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16 que limita por 20 anos o investimento público em setores como saúde e educação. No Senado, o texto foi aprovado por 61 votos a 14, em novembro de 2016.
Novamente, Bolsonaro seguiu o comando do governo Temer e foi a favor do congelamento, enquanto Daciolo se posicionou contra. No senado, Álvaro Dias também votou com os golpistas.
Contra os direitos das domésticas – Em 2012, no 1º turno da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 478/10 que garantiu direitos que outros trabalhadores já possuem a domésticas, babás, cozinheiras e demais empregados em residências, tais como jornada fixa, 13º salário, hora extra e fundo de garantia, Bolsonaro estava ausente de mais uma votação importante para o país.
Já no segundo turno, em dezembro de 2012, foi um dos dois deputados que se posicionaram contra ampliar as garantias a essa categoria formada por cerca de sete milhões de trabalhadoras, maior quantidade do mundo.
Apesar de não ser parlamentar, vale lembrar ainda que por trás de todas as medidas aprovadas pelos golpistas há o dedo do candidato Henrique Meirelles (MDB), ministro da Fazenda durante todo o governo Temer.
Para saber como votaram os parlamentares e escolher bem quem elegerá para o próximo mandato, clique aqui.