Empresas e governos precisam garantir que os trabalhadores dos serviços essenciais tenham condições de exercer seus trabalhos sem colocar a própria vida em risco
Vivemos em meio a maior pandemia já enfrentada pela humanidade, a doença, denominada COVID 19, vem se espalhando rapidamente pelo mundo, com 700 mil casos confirmados e mais de 34 mil mortos (dados oficiais de 30/03/2020). No Brasil a situação não é diferente e o aumento desses dados é estrondoso, pela alta transmissibilidade do vírus e pelo fato de não se ter vacina ou tratamento medicamentoso. As perspectivas são de piora desse quadro para as próximas semanas, conforme informações das secretarias estaduais e governo federal.
O isolamento social é fundamental nessa luta contra a proliferação do vírus e, onde as autoridades hesitaram em efetivá-lo, os níveis de contágio estão levando ao aumento gigantesco do número de infectados e mortos.
Pandemia no Brasil é agravada pelo governo Bolsonaro
E não podemos nos guiar pelo governo Bolsonaro, dado sua incapacidade e irresponsabilidade de gerir o país, que incita os empresários da indústria e comércio a abrir seus estabelecimentos, contrariando as determinações dos órgãos de saúde pública e a Organização Mundial da Saúde (OMS) e violando suas obrigações de proteger a população em meio a proliferação do Coronavírus.
Combater o vírus e proteger as pessoas
O combate a pandemia também exige medidas de proteção social da população e dos empregos. Sem investimento público em grandes proporções os governos condenarão as pessoas a escolherem entre a contaminação pelo Coronavírus ou a fome, quando não a condenação a ambos.
Para os trabalhadores dos serviços não essenciais lutamos que permaneçam em suas casas, como têm orientado as autoridades sanitárias. É fundamental que se garantam, assim, os empregos e os salários de todos os trabalhadores.
Aos trabalhadores autônomos e informais também é importante que sigam as orientações de sair o menos possível para que não sejam contaminados e não contaminem.
Diante desse cenário, a Confederação Nacional dos trabalhadores do Comércio e Serviços da CUT – Contracs/CUT tem somado esforços junto a outros segmentos sociais para a aprovação da Renda Mínima Emergencial, em debate no Congresso Nacional e por uma política efetiva de preservação dos empregos.
Proteger quem está na linha de frente é um dever de todos
Para combater a pandemia uma parcela da classe trabalhadora está na linha de frente para garantir que a população tenha acesso aos cuidados médicos e emergenciais, segurança, fiscalização, informação, limpeza e abastecimento. Todos trabalhadores e trabalhadoras absolutamente essenciais para garantirmos condições para enfrentar a pandemia.
A primeira demonstração de solidariedade que os demais segmentos podem realizar é manter o isolamento social e praticar as indicações de higiene sugeridas pelas autoridades sanitárias. Além disso, é necessário que empresas e governos garantam às categorias de serviços essenciais o acesso às condições mínimas de saúde e segurança no local de trabalho.
Trabalhadores no comércio de abastecimento enfrentam péssimas condições de trabalho
Dentre os trabalhadores essenciais estão os que trabalham nas redes e empresas de abastecimento de alimentação (mercados, bares, restaurantes, açougues, etc) que são colocados em contato com um enorme número de pessoas e, em muitos casos, sem acesso aos equipamentos de proteção e higiene, expostos em locais de trabalho sem uma pia com sabão na porta e álcool em gel, sem baias de proteção ou distanciamento mínimo entre clientes. Além disso, são inúmeras as denúncias de mal tratos e preconceito com estes profissionais por parte de clientes e chefias.
A Contracs/CUT, junto com suas entidades filiadas, tem se empenhado em orientar os trabalhadores e a cobrar dos empregadores que adotem as medidas necessárias para preservar a vida e cobra também do poder público a fiscalização rigorosa destes estabelecimentos.
O esforço para o combate a pandemia do Coronavírus é uma tarefa de toda a sociedade e, juntos, podemos enfrentar a situação e retomarmos as nossas vidas. Mas isso não pode e nem será alcançado colocando a vida acima do lucro e sacrificando uma parcela da classe trabalhadora por omissão das empresas e do Estado.