sexta-feira, outubro 11, 2024

NOTA DE FALECIMENTO: Contracs lamenta partida de Siderlei de Oliveira

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Para Siderlei, sempre será “possível fazer sindicalismo até embaixo de uma árvore” e esse seu entusiasmo marca toda sua trajetória em defesa da classe trabalhadora e o eterniza em nossas lembranças

Com imenso pesar, a Contracs O sindicalismo nacional perdeu mais um de seus bravos combatentes: Siderlei de Oliveira, da Confederação Democrática Brasileira dos Trabalhadores da Alimentação (CONTAC-CUT). Esse aguerrido companheiro nos deixou aos 74 anos de vida, por conta de problemas cardíacos.

Foram mais de três décadas dedicados ao movimento sindical, na defesa incansável dos direitos dos trabalhadores do ramo da alimentação. Tanto na articulação – nacional e internacional –, quanto no trabalho de base, o seu legado é reconhecido. Uma de suas principais conquistas é a Norma Reguladora (NR) 36, que beneficia os trabalhadores e trabalhadoras em frigoríficos. A medida contribuiu para a melhoria das condições de trabalho da categoria, reduzindo drasticamente o adoecimento no setor.

Para Siderlei, sempre será “possível fazer sindicalismo até embaixo de uma árvore” e esse seu entusiasmo marca toda sua trajetória em defesa da classe trabalhadora e o eterniza em nossas lembranças.

Em nota, a Contac-CUT reconheceu publicamente a importância do dirigente, o descrevendo como “um lutador incansável, que em todas as trincheiras esteve presente e sempre se colocando à disposição. Toda a sua trajetória de vida servirá de exemplo, ainda mais em tempos de pandemia e de um Brasil em crise”.

A Contracs compartilha desse sentimento e reconhece que o país perdeu um grande líder sindical e um autêntico representante dos trabalhadores. Ao tempo que deseja muita força aos familiares enlutados, para que consigam passar por esse doloroso momento.

Uma vida marcada pela luta

Nascido em Carazinho, município do Rio Grande do Sul, em 29 de novembro de 1946, ele morava atualmente na cidade de Serafina Corrêa (RS). Casado com Geni Dalla Rosa de Oliveira há 11 anos, ele deixa esposa e os filhos Miriam, Vanderlei e Marcelo, com quem teve em seu primeiro casamento.

Iniciou a militância na década de 1970, intensificando sua atuação em 1980, período de redemocratização no Brasil que culminou com o fim da ditadura civil- militar instaurada em 1964. Chegou a ser perseguido e preso pela ditadura durante uma manifestação que fez em Porto Alegre quando espalhava cartazes contra a Coca-Cola. A União Internacional de Trabalhadores em Alimentação, Agricultura e Afins (UITA) fez pressão internacional ao governo brasileiro à época por sua soltura, tendo sido libertado pouco tempo depois.

Sua primeira atuação sindical foi no Sindicato da Alimentação de Porto Alegre na década de 1980. Em seguida atuou na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS), onde assumiu a presidência em 1988. Em 1994, criou a CONTAC, onde atuou como presidente até 2019. Atualmente, ele exercia a função de secretário de Comunicação da entidade, área que ele considerava fundamental para o diálogo com a classe trabalhadora e a sociedade.

Em sua trajetória, ele foi também coordenador de formação da UITA na América Latina e presidiu o Conselho Deliberativo do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), o Instituto Observatório Social e o Instituto Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT (INST-CUT). Fez parte também da direção da CUT Nacional e da CUT Rio Grande do Sul.

Fonte: Contracs com informações da Contac-CUT

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