Das sete unidades da empresa pública, cinco já aderiram ao movimento paredista e as demais devem parar até sexta (12)
“Tirem a mão do nosso plano de saúde”, é o que exigem trabalhadores e trabalhadoras da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), em greve desde segunda-feira (8). Eles protestam contra os entraves nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2020 e a ameaça de retirada das cláusulas 7ª e 48ª, que extingue o contrato com o plano de saúde da Geap e o substitui por um de menor assistência e cobertura.
Das sete unidades da empresa pública, cinco já aderiram ao movimento paredista. Brasília, Rio Grande do Norte, Paraíba, Paraná e Santa Catarina estão de braços cruzados, em greve virtual, ação inédita no país.
Rio de Janeiro tem assembleia nesta quinta (11) para deliberar sobre a adesão e São Paulo já anunciou que paralisará suas atividades na próxima sexta-feira (12).
Como administradora da base de dados do país, uma paralisação da Dataprev impacta, por exemplo, na gestão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que processa o pagamento de benefícios como pensões e aposentadorias, além de distribuir seguros-desemprego e a possível retomada do auxílio emergencial.
“Vamos manter os braços cruzados até que a Dataprev renove nosso ACT referente 2020, mas sem retirada de direitos. Queremos a mesma assistência à saúde para trabalhadores na ativa, pensionistas, aposentados e familiares. Retroceder jamais!”, afirmou o diretor de Divulgação e Imprensa do Sindpd-DF, Eudes Rodrigues da Silva, que também é dirigente da Fenadados.
Segundo ele, os trabalhadores estão há mais de um ano com os salários congelados e a empresa não apresentou nenhum índice de reajuste salarial.
Em apoio à mobilização, o presidente da Contracs, Julimar Roberto, chamou à atenção para a necessidade da unidade dos trabalhadores, independente do ramo de atuação.
“Na atual conjuntura, quando uma categoria se mobiliza para não ser prejudicada, ela encabeça uma luta em nome de toda classe trabalhadora, pois o prejuízo de alguns abre brechas para que todos percam direitos. Por isso, a Contracs e suas entidades filiadas se unem em apoio aos empregados da Dataprev, para que permaneçam firmes e não se submetam aos desmandos patronais”.
Uma reunião, entre representantes da Dataprev e dirigentes da Fenadados, está agendada para as 18h desta quarta (10).
GREVE VIRTUAL
Modalidade pela primeira vez experimentada no Brasil, a greve virtual implementada pelos trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev consiste em manterem-se mobilizados em uma sala de reuniões online. Assim, todos permanecem em assembleia e deliberam sobre os próximos passos do movimento.
.jpg)
