sexta-feira, outubro 11, 2024

ARTIGO | Truculência da PM ameaça a democracia

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Em sua coluna no portal Brasil 247, o presidente da Contracs, Julimar Roberto, fala da imparcialidade da Polícia Militar durante manifestações de rua

Em 18 de março, Rodrigo Pilha, militante filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), foi detido, juntamente com outras quatro pessoas, por estenderem uma faixa com a inscrição “Bolsonaro Genocida” na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os demais foram liberados, mas Pilha foi preso, torturado e espancado na prisão.
No último sábado (29), a Polícia Militar de Pernambuco reprimiu com violência manifestantes em Recife (PE). Com bombas, balas de borracha e spray de pimenta, a truculenta ação da força de segurança resultou na perfuração do olho de Daniel Campelo, de 51 anos. Imagens de seu rosto ensanguentado viralizaram nas redes sociais.
Mais recentemente, na terça (1º), em Trindade (GO), o professor da rede pública e secretário estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Arquidones Bites Leão, de 58 anos, foi preso por se recusar a remover uma faixa com ‘Fora Bolsonaro Genocida’ de seu carro.
Por outro lado, durante manifestações pró-Bolsonaro, vemos os mesmos policiais numa postura completamente contrária. Flexíveis em suas exigências, acompanhando os protestos para garantir a segurança dos manifestantes, cercando ruas para diminuir os transtornos no trânsito e garantindo a liberdade de manifestação.
Assim, constatamos que, nos últimos tempos, há dois tipos de reações da PM – corpo militarizado que herdou práticas consideradas abusivas da ditadura -, uma condescendente e outra repressora. O que nos faz retroceder ao “Brasil do medo”, quando as liberdades só eram garantidas se atendessem aos interesses políticos vigentes.
Mas Bolsonaro é genocida, no sentido literal da palavra, e o povo não consegue mais calar essa verdade. Por mais que ele e seus asseclas recorram ao cadáver insepulto da Lei de Segurança Nacional (LSN), versão de 1983 – a última da ditadura militar -, para agredir e intimidar quem se arvora a criticá-los, não recuaremos.
Estamos perdendo o medo, foi o que comprovaram os atos de 29 de maio pelo país, e esse levante chegará a tal proporção que não haverá mais volta. Já não seremos milhares, seremos milhões.  E veremos toda essa gente alvissareira tomar as ruas, praças e avenidas, e em uníssono bradar para o mundo inteiro ouvir: “Fora Bolsonaro Genocida!”.
Nesse dia, não haverá balas de borracha suficientes, nem tanto spray de pimenta assim. Nem cassetetes, safanões, chutes e pontapés que reprimirão a vontade popular. Nesse dia, salvaremos o Brasil!
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