Nosso compromisso é com a transformação da vida e com a valorização da saúde
Nesta sexta-feira (5) é comemorado o Dia Nacional da Saúde, instituído pela Lei 5.352 de 1967. A data, além de celebrar a memória do médico e sanitarista Oswaldo Cruz, nascido em 5 de agosto de 1872, tem também como o objetivo de despertar na população a consciência da importância de cuidar da saúde.
Mas, na atual conjuntura, em meio a tantos retrocessos nas políticas públicas que dizem respeito ao setor, como é possível celebrar avanços?
No último período, além da Covid-19 que ceifou milhões de vidas e contribuiu paraintensificar ainda mais o adoecimento da população, os trabalhadores têm sofrido inúmeros ataques, com a retiradade direitos conquistados a duras penas.
Toda a problemática dos trabalhadores brasileiros iniciou com o golpe, em 2016. As reformas previdenciária e trabalhista, além da terceirização indiscriminada contribuíram ainda mais para o adoecimento da classe trabalhadora.
O golpe, a pandemia e o pandemônio afetou diretamente a vida laboral, social, além da saúde física e mental da classe trabalhadora.
A reforma trabalhista, por exemplo, instaurada sob a alegação de promover mais direitos e mais empregos, trouxe a tona o medo e a insegurança.
Hoje convivemos com uma das maiores taxas de desemprego dos últimos tempos, sendo mais de 13 milhões de desempregados.
Os poucos postos criados, foram em condições precárias e insalubres, com menor remuneração, maior jornada de trabalho, sem direitos e sem o mínimo de dignidade.
Aliado a tantos prejuízos, o medo de perder o emprego, a pressão pelo cumprimento de metas, o aumento nos casos de assédio moral, bem como nos índices de ansiedade e depressão também contribuíram para agravamento do quadro.
De acordo com a pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma lista de onze países, o Brasil lidera com mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%), seguido, respectivamente, da Irlanda e dos Estados Unidos.
Em relação à depressão, ainda segundo a OMS, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença, sendo mais comum em mulheres
Não bastassem os problemas mentais e físicos, a falta de infraestrutura e a insegurança nos locais de trabalho também são fatores preocupantes que afetam diretamente milhares de trabalhadores brasileiros.
Nos últimos dez anos (2012-2021), 22.954 pessoas morreram em acidentes de trabalho no Brasil, de acordo com dados atualizados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho , desenvolvido e mantido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito da Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente.
No mesmo período, foram registradas 6,2 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) e o INSS concedeu 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, incluindo auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente.
Em meio a tantos desmontes, precisamos lembrar da época em que o país era feliz e do legado que Lula e Dilma deixaram para a saúde pública brasileira.
Nos governos petistas, vimos uma era de aumento de recursos destinados ao SUS, ao Samu, ao programa Mais Médicos. A população tinha acesso a remédios de graça nas farmácias e muito mais. Com Lula e Dilma, a saúde do povo era prioridade
Os desafios ainda são muitos. Existe ainda um longo caminho pela frente em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
É preciso intensificar a luta para combater os retrocessos que desrespeitem as normas relativas à saúde do trabalhador, dispostas tanto na Constituição Federal de 1988, quanto demais descumprimentos dos padrões de saúde e segurança até então presentes no ordenamento jurídico brasileiro.
É papel do movimento sindical denunciar e combater os ataques à classe trabalhadora e nosso compromisso é com a transformação da vida e com a valorização e acesso à condições de saúde digna para todos trabalhadores e trabalhadoras do país.
Em outubro, o brasileiro poderá ter a possibilidade de cuidar da saúde de fato. Com a vitória do amor nas urnas o povo verá o cenário mudar e o país crescer novamente.