Os nomeados assumirão a Fazenda, Justiça, Casa Civil, Relações Exteriores e Defesa. Relatório final do que a equipe de transição encontrou no governo Bolsonaro será divulgado na terça (13)
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começou a dar forma ao seu terceiro mandato anunciando, nesta sexta-feira (9), cinco ministros que comporão o seu governo a partir de 1º de janeiro de 2023.
As pastas já definidas são as da Fazenda, que terá em seu comando o professor e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). No ministério da Justiça assume o ex- governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), senador eleito pelo estado. Na Defesa assume o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio e a Casa Civil ficará sob o comando de Rui Costa, governador da Bahia, que deixará o cargo em 1º de janeiro. Já o ministério das Relações Exteriores será chefiado por Mauro Vieira, atual embaixador do Brasil na Croácia. Veja o perfil de cada novo ministro abaixo.
Na coletiva de imprensa em que anunciou parte do seu ministério, Lula falou sobre a necessidade de recuperar a economia do país, os programas sociais como Minha Casa, Minha Vida e o Farmácia Popular; e ainda prometeu um governo mais transparente, sem fake News e aberto à imprensa, entre outros temas de interesse da sociedade brasileira.
Ele ainda prometeu anunciar após o dia 12, data em que será diplomado presidente da República, novos ministros com a presença de mulheres, negros e indígenas, com a “cara do povo brasileiro”, como havia prometido durante a sua campanha eleitoral.
Sobre os trabalhos da equipe de transição, o presidente eleito disse que o relatório final deverá estar pronto na segunda-feira (12), e apresentado à imprensa e aos brasileiros na terça (13). Segundo Lula, é preciso que a sociedade brasileira saiba exatamente como Bolsonaro deixou o país tanto na economia como na área social.
“É muito importante que vocês tenham entendimento de como encontramos a saúde, a educação, o SUS, a ciência e tecnologia, a situação dos aposentados, dos trabalhadores para que a sociedade brasileira não coloque, seis meses depois, nas nossas costas, os desmandos do atual governo”, disse Lula.
“É um governo com cabeça pequena, que não preparou a administração do país, fez fanfarrice, falar e falar, mas não conseguiu resolver os problemas que precisavam ser resolvidos”, prosseguiu Lula sobre as mazelas do governo Bolsonaro.
Nós não temos o direito de frustrar a expectativa de uma grande parcela da sociedade brasileira, para que tenhamos mais emprego, saúde, liberdade de expressão e comunicação. Este é o retrato de um novo país que vai nascer em 1º de janeiro de 2023
– Lula
Perguntado pela imprensa se teme mudanças no texto da PEC do Bolsa Família, durante a votação na Câmara Federal, após ter sido aprovado no Senado Federal, o presidente eleito voltou a reforçar o diálogo na Casa e agradeceu aos senadores que votaram a favor da PEC.
“Esta não é uma PEC do Lula, é do governo Bolsonaro para que ele possa recompor o orçamento para resolver o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família”, disse se referindo à falta de recursos para essas áreas e ao orçamento apresentado pelo atual governo que não deixou dinheiro para diversas áreas essenciais ao desenvolvimento e recuperação da economia do país.
Sobre o papel das Forças Armadas em seu governo, Lula disse que o Exército, Marinha e Aeronáutica deverão cumprir o dever constitucional de proteger o país de possíveis inimigos externos.
Relatório final da equipe de transição
Antes da apresentação oficial dos cinco ministros, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), fez um breve relato da equipe de transição. Ele ressaltou que foi a transição de menor custo desde que foi implantada. De 50 pessoas que poderiam ter salários, apenas 22 receberam, o restante da equipe de 940 participantes foi composta por voluntários.
“O relatório final de cada área terá alertas para os primeiros meses do governo, as emergências orçamentárias, quais são elas, as sugestões de revogações de cada área, propostas de estrutura e ações prioritárias”, disse Alckmin.
Ainda segundo Alckmin, a equipe de transição foi composta por 32 grupos técnicos mais conselhos e participação social e plural. Também foram feitos 180 requerimentos ao atual governo.
Confira o perfil dos novos ministros
Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, comandará o novo Ministério da Fazenda. A pasta será fruto do desmembramento do atual Ministério da Economia, que também dará origem aos ministérios de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e de Planejamento, Orçamento e Gestão.
Rui Costa (PT), atual governador da Bahia com mandato até 31 de dezembro, assume a Casa Civil, pasta que auxilia o presidente em suas atribuições e coordena a integração entre os ministérios. Costa é um dos principais aliados e articuladores de Lula.
Flávio Dino (PSB), ex-governador Maranhão e senador eleito pelo estado, assumirá o novo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dino, que já foi juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur, é um dos nomes da esquerda mais elogiados por Lula entre os que conquistaram mandato.
José Múcio Monteiro, ex-presidente do Tribunal de Contas de União e ex-ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais no segundo mandato de Lula, foi escolhido para chefiar a pasta da Defesa, ministério ao qual estão vinculados o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Ele é considerado um nome com bom trânsito entre militares.
Mauro Vieira, ex-ministro das Relações Exteriores do governo Dilma, atual embaixador do Brasil na Croácia e ex-embaixador na Argentina e nos Estados Unidos, foi escolhido para comandar novamente a pasta do Itamaraty.
As informações sobre o perfil dos novos ministros são da Agência PT.
FONTE: CUT BRASIL