Nos últimos dias, o Brasil tem sido bombardeado com inúmeras notícias sobre o escândalo que levou à suposta falência da Americanas, empresa brasileira que atua no segmento de varejo. E, logo que a companhia entrou com pedido de recuperação judicial na última quinta (19), teve início uma briga entre alguns dos homens mais ricos do país para que ninguém ficasse no prejuízo. Briga de graúdos, por bilhões de reais.
O que muitos não sabem – ou ignoram –, no entanto, é que essa disputa entre os detentores de grandes riquezas pode trazer prejuízos a milhares de trabalhadores e também ao setor elétrico brasileiro.
Isso porque a 3G Radar, que é a maior acionista preferencialista da Eletrobras – que tem prioridade no pagamento dos dividendos –, tem como sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, principais acionistas da Americanas. Vale lembrar que os três empresários estão entre os cinco homens mais ricos do Brasil.
Preocupados com o futuro da Eletrobras, que foi privatizada pelo governo Bolsonaro no ano passado, os empregados da ex-estatal divulgaram uma nota defendendo a saída da 3G da condução da maior empresa de eletricidade da América Latina.
Entre outros pontos, o grupo destacou que, recentemente, o Conselho Administrativo da Eletrobras, influenciado pela 3G, aprovou uma nova política de recompra de ações e alterou sua política de pagamento de dividendos. Os empregados ressaltaram ainda que Lemann, Telles e Sicupira atuam em prol de retornos a curto prazo, o que seria preocupante para sustentabilidade da empresa a longo prazo.
Diante dos riscos iminentes para o setor elétrico, a Contracs/CUT defende não só a saída da 3G como acionista, mas também a imediata reestatização da Eletrobras. É importante ressaltar que, por décadas, a empresa tem desempenhado um papel fundamental para a população, sendo responsável por quase um terço da energia no país.
Por isso, é inaceitável que uma companhia de tamanha relevância continue nas mãos de empresários incompetentes que priorizam o lucro em detrimento dos serviços prestados ao povo. Ao longo de anos, a Contracs, a CUT e diversas organizações têm alertado que a privatização não é a solução.
A reestatização da Eletrobras trará mais segurança para o setor de energia e colocará de volta o Estado como prestador de um serviço que se tornou essencial para a dignidade humana.
Reestatizar a Eletrobras é o caminho para evitar que a empresa sofra um apagão financeiro e tenha o mesmo destino da Americanas.
Reestatização Já!