O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta terça-feira (9), do evento que marcou o início da produção dos caças Gripen pela Embraer, em parceria com a sueca Saab, na fábrica da empresa brasileira em Gavião Peixoto (306 km de São Paulo), na região de Araraquara, interior do estado. A linha de produção do modelo F-39 faz parte do contrato com previsão de transferência de tecnologia, anunciado pelo governo de Dilma Rousseff em 2013.
Na ocasião, o governo brasileiro informou que seriam comprados 36 caças supersônicos, ao preço total de US$ 4,5 bilhões a serem pagos até 2023. Desses, 15 serão montados no Brasil, para o cumprimento do contrato, que foi assinado em 2014. Porém, mais quatro caças foram acrescentados ao acordo, somando 40 unidades.
Segundo o comandante do Grupo de Defesa Aérea (GDA) de Anápolis (GO), onde está a frota dos caças, as aeronaves estarão prontos para uso em missões de combate em 2024, quando haverá o primeiro exercício militar. Quatro aeronaves produzidas na Suécia estão em operação no Brasil. Mais dois chegaram ao país na semana passada. Toda a frota será entregue até 2027.
FAB e “nação democrática”
No evento, o ministro da Defesa, José Múcio, discursou em nome do presidente Lula. Ele disse que a Força Aérea Brasileira está “cada vez mais compatível com a estrutura político-estratégica do país” e que a FAB continuará participando do fortalecimento de uma “nação democrática”. De acordo com ele, a aquisição dos caças será decisiva para “prover uma defesa aérea compatível com as dimensões continentais desse país”.
O presidente da Saab, Micael Johansson, disse que a tecnologia instalada vai “prover as capacidades que vocês precisam, como nação soberana, para desenvolver novas funcionalidades, implementar avanços, integrar armamentos nos próximos 30 ou 40 anos”. “Queremos que o Brasil seja exportador para a América Latina e para outras regiões”, salientou.
Embraer: pioneira
O tenente-brigadeiro do Ar, Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica, também se manifestou. Segundo ele, o evento “celebra o início da produção dos caças Gripen em terras brasileiras”. Ele destacou que a Embraer passa a ser a primeira fábrica de caças supersônicos da América Latina. “Esta fecunda parceria posiciona a FAB em novo patamar tecnológico”, acrescentou.
O comandante disse ainda que o Brasil pode tornar-se um polo exportador de caças. Damasceno mencionou Lula e lembrou que o programa de compra de caças teve seu estudo retomado em 2007, no início do segundo mandato do presidente.
Da Redação da CUT