domingo, abril 28, 2024

Rendimento do brasileiro cresceu 7% em 2022, mas desigualdade social segue em alta

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Em 2022 o rendimento médio mensal real dos brasileiros chegou a R$1.586, com alta de 6,9% frente a 2021, quando registrou o menor valor (R$ 1.484) da série histórica iniciada em 2012. Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022,  do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (11).

O percentual de pessoas com rendimento na população do país subiu de 59,8% em 2021 para 62,6% em 2022, maior proporção da série histórica, iniciada em 2012.

A região Nordeste segue com menor rendimento médio mensal domiciliar per capita (R $1.011), enquanto a Sul tem o maior (R$ 1.927).

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Fontes de renda

O rendimento médio real de todas as fontes cresceu 2,0% frente a 2021 e chegou a R$ 2.533, o segundo menor valor da série, desde 2012.

O rendimento de todos os trabalhos (R$ 2.659) caiu 2,1%, enquanto o rendimento de outras fontes (R$ 1.657) cresceu 12,1%, alcançando R$ 1.657 em 2022, com o item aposentadoria e pensão mantendo-se com a maior média em 2022 (R$2.161) e destaque para o item outros rendimentos, subindo de R$ 562 para R$ 814 (alta de 44,8%), alcançando o maior valor da série.

Já o rendimento médio mensal da categoria Aluguel e arrendamento caiu de R$ 1.989 em 2021 para R$ 1.755 em 2022, menor valor da série. Esse movimento foi acompanhado pelas regiões Nordeste, Sul e Sudeste, a última apresentando a maior queda, de R$ 2.261 para R$ 1.815.

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Desigualdade se mantém em alta

O índice de Gini, de zero a um, que mede a desigualdade caiu em 2022, atingindo a marca de 0,518. Quanto maior o Gini, maior a desigualdade.

Em 2022, o rendimento médio domiciliar per capita do 1% da população que ganha mais era de R$ 17.447. Isso equivale a 32,5 vezes o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537), uma desigualdade muito grande, ainda que, em 2021, essa razão fosse de 38,4 vezes.

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O resultado é um impacto direto das transferências de renda pelo Auxílio Brasil de R$ 600 (agora Bolsa Família), que teve valores e número de beneficiários recordes durante o período eleitoral de 2022.

No ano passado, 16,9% dos lares brasileiros tinham algum beneficiário do Auxílio Brasil (chegando a 33,8% no Nordeste), maior percentual da série histórica. O recorde anterior era de 16,6% em 2012, quando ainda era Bolsa Família. No total havia 21,6 milhões de beneficiários do auxílio, quase 5 milhões a mais que no final de 2021, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

“A queda brusca dessa razão para o menor patamar da série histórica reflete um pouco tudo que observamos. Muitas pessoas voltaram para o mercado de trabalho, os muito pobres estão recebendo um auxílio que se compara ao auxílio emergencial em valor, e o 1% mais rico teve uma pequena redução no rendimento”, sintetiza a analista do IBGE e responsável pela pesquisa, Alessandra Brito.

A pesquisa mostra que a metade da população com os menores rendimentos recebeu, em média, R$ 537, uma alta de 18,0% em relação a 2021, quando o rendimento dessa metade da população chegou ao menor valor da série histórica: R$ 455.

Leia aqui a íntegra da pesquisa do IBGE.

Da Redação da CUT

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