sexta-feira, novembro 22, 2024

Tribunal de contas do PR suspeita de favorecimento em licitação de Ratinho Júnior

Leia também

O grupo PayBrokers formado por empresários que doaram R$ 400 mil para a campanha do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), fechou um contrato de R$ 167 milhões para operacionalizar a loteria criada pelo executivo estadual.

Segundo técnicos do Tribunal de Contas do Paraná, “a contratação tem fortes indícios de direcionamento”. As informações são do repórter Igor Mello do portal Uol.

De acordo com a reportagem, o conglomerado de advogados que atua no setor de jogos e apostas é especializado em ferramentas de pagamento e tem como principal acionista a família Lenzi.

Ao menos quatro pessoas ligadas às empresas fizeram as doações para a campanha do candidato apoiador do ex-presidente declarado do Brasil declarado inelegível pela justiça eleitoral, Jair Bolsonaro  (PL), por “convicção político-partidária”.

Outro fato curioso apontado pela reportagem é que um ex-servidor na secretaria responsável pela criação da loteria foi contratado pelo grupo logo após deixar o governo do Paraná. Henrique de Oliveira Moreira, além de sócio também é diretor-financeiro da empresa.

A reportagem destaca ainda o fato de ser genro do atual presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Fernando Guimarães.

O corpo técnico do órgão, por sua vez, não apenas apontou indícios de direcionamento como até mesmo defendeu sua suspensão. “O fato de determinada empresa ter software com especificações muito próximas às do edital provavelmente ocorrerá por uma das seguintes hipóteses: sorte ou direcionamento licitatório”, diz trecho do relatório.

O Tribunal de Contas, todavia, não tomou providências até o momento.

Um dos estranhamentos dos técnicos é a escolha do regime de urgência para o modelo de pagamentos. Tanto a Lottopar e o grupo PayBrokers negaram qualquer irregularidade ao Uol.

Para o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, existem mais pontos a serem investigados nas nebulosas transações do governo Ratinho Júnior. Desde o excesso de renúncias fiscais, passando pelos contratos na Secretaria da Educação de Renato Feder, que agora chamam atenção em São Paulo, onde é secretário da Educação de Tarcísio de Freitas (Republicanos), até este novo possível escândalo das loterias.

“Ratinho Júnior tem o péssimo hábito de não estabelecer diálogo com todos os setores da sociedade, sobretudo os trabalhadores e trabalhadoras. Em contrapartida os empresários têm as portas abertas do Palácio Iguaçu para negociarem o que quiserem. Esperamos que estas investigações possam seguir e talvez mostrem o porquê da preferência do governador”, avalia o dirigente.

Redação da CUT

spot_img

Últimas notícias