O Palácio do Planalto e o Ministério do Orçamento e Planejamento reagiram nesta quarta-feira (4) a uma notícia divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo. O veículo alegou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria interferido diretamente em empréstimo da Comunidade Andina de Fomento (CAF) em benefício da Argentina. A entidade também é chamada de Banco de Desenvolvimento da América Latina.
O veículo de imprensa comercial afirmou que Lula atuou pessoalmente para facilitar a liberação do empréstimo. O objetivo, de acordo com o Estadão, seria auxiliar na renegociação da dívida argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A suposta iniciativa de Lula acabaria por favorecer a candidatura governista de Sergio Massa à presidência. Ele tem apoio do presidente kirchnerista Alberto Fernández, contra o principal adversário, o candidato extremista Javier Milei.
Tanto o Palácio do Planalto como a ministra Simone Tebet negaram a existência de qualquer ligação entre o presidente Lula e a chefe do Planejamento, como afirmado na matéria, que teria ocorrido no final de agosto. De acordo com a ministra, o ministério resolveu a questão com autonomia, sem qualquer interferência do presidente.
Estadão e extrema direita
Javier Milei compartilhou a matéria em suas redes sociais, amplificando as alegações de que Lula teria atuado para favorecer o candidato Sergio Massa. No entanto, a ministra Simone Tebet esclareceu que a votação sobre o empréstimo é um procedimento de rotina no CAF, onde o ministério tem apenas um voto entre 21 possíveis. Além disso, outros países também manifestaram apoio à concessão do empréstimo, cujo pleito venceu com 19 votos.
“Lula não me telefonou. Eu despachei com a minha secretária encarregada. Então, ela informou que outros países votariam a favor”, afirmou a ministra, em entrevista à CNN.
As autoridades do governo ressaltam que a acusação de interferência política no empréstimo à Argentina carece de fundamento e classificam a notícia do Estadão como uma tentativa de desinformação. “A decisão pelo empréstimo do CAF à Argentina foi aprovada em 28 de julho pela diretoria do banco formado pelos países membros. O empréstimo foi aprovado com 19 votos dos 21 possíveis. O Brasil possui um voto, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) possuem dois votos”, explicou em nota a Secretaria de Comunicação (Secom).
Redação da RBA