Nessa quarta (3), a Secretaria da Juventude da Contracs organizou o 1º Encontro da Juventude, um evento online que reuniu jovens sindicalistas e ativistas para discutir estratégias de engajamento e os desafios enfrentados pela juventude trabalhadora. Sob a coordenação da secretária da Juventude da entidade, Gacyella de Silva Lima, o encontro abordou questões essenciais para a mobilização sindical e social.
Com o tema “Estratégias de Engajamento: Análise de Conjuntura para Aproximação do Movimento Sindical com a Juventude”, a primeira mesa da atividade contou com a contribuição da secretária de Juventude da CUT, Cristiana Paiva Gomes. “É fundamental que o movimento sindical desenvolva estratégias eficazes para se aproximar da juventude e fortalecer sua representatividade”, ressaltou a dirigente.
A palestrante falou dos desafios e das várias questões políticas que influenciaram no processo de engajamento do jovem no meio sindical.
“O Brasil passou por vários momentos de retrocesso, com as reformas, o crescimento do desemprego e as incessantes tentativas de descredibilizar o movimento sindical. A precarização das relações de trabalho e o crescimento da informalidade tiraram dos jovens a oportunidade de sonhar e eles buscaram a informalidade como uma proposta de saída”, completou.
A secretária também enfatizou a necessidade de trazer para o debate temas “fora da casinha” que, segundo ela, mesmo não sendo relacionados ao mundo do trabalho, podem atrair a atenção da juventude, como meio ambiente, saúde mental, cultura e comunicação.
Já na segunda mesa, intitulada “Desafios das Vulnerabilidades na Juventude Trabalhadora”, o secretário executivo da Secretaria da Juventude do Ceará (Sejuv), André Marinho, trouxe à tona questões relacionadas às vulnerabilidades enfrentadas pelos jovens no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Marinho enfatizou a importância de abordar temáticas como desemprego, trabalho precário e falta de proteção social, visando garantir condições dignas de trabalho e vida para a juventude. “É imprescindível que sejamos sensíveis às vulnerabilidades enfrentadas pelos jovens trabalhadores e que atuemos de forma efetiva na busca por soluções”, afirmou.
Segundo André Marinho, debater juventude no sindicalismo é garantir que o sindicalismo não morra. “Pensar juventudes, tanto na perspectiva de sujeito social, como do sujeito dentro do sindicato, como do sujeito jovem trabalhador é muito importante, inclusive para se ter uma dimensão da sociedade na forma heterogênea que ela verdadeiramente é. E “juventudes” no plural, porque é assim que a gente deve compreender a juventude, de forma totalmente diversa, com necessidades diferentes a partir das questões étnicas, econômicas, de gênero, e tantas diversidades existentes”, observou.
O debate, envolvendo participantes de diversos estados brasileiros, ocorreu em um momento crucial, marcado pelo esforço do governo Lula em resgatar políticas em prol da juventude brasileira, com enfoque na juventude negra que é a mais precarizada, como explicou Gacyella.
“É fundamental atrair os jovens para discutir direitos trabalhistas e suas expectativas em relação ao mercado de trabalho. Precisamos mostrar que eles são os protagonistas de sua própria história e com capacidade de influenciar positivamente o futuro. É essencial que os jovens ocupem espaços de poder e decisão, e nós, sindicalistas, temos a responsabilidade de assegurar que eles tenham acesso a essas oportunidades”, concluiu a secretária.