Após mais de dois anos de atividades promovidas em diversos pontos do Brasil, a segunda fase do projeto “Nós Vestimos Todas as Cores”, criado para promover ações de combate à LGBTfobia nos ambientes de trabalho do mundo da moda, celebra no próximo dia 26/7 o ato que coroa o sucesso da iniciativa. O projeto, desenvolvido em parceria entre o DIEESE e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), conta com o apoio da Contracs-CUT e do Labora/Fundo Brasil.
Na ocasião, entidades representativas de trabalhadores e patrões celebrarão a assinatura de um termo de compromisso contendo sete princípios de respeito aos direitos das pessoas LGBTQIAPN+ no mundo do trabalho que devem ser seguidos pelos signatários. A cerimônia para celebrar a assinatura desta Carta de Princípios acontece no auditório da CUT, na capital paulista.
Além de dirigentes da CNTRV, de técnicos do DIEESE e direção da Contracs, o evento contará com a presença de diretores das três maiores organizações patronais do setor do vestuário que subscrevem o documento: Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex).
O documento é considerado uma iniciativa inédita no movimento sindical brasileiro e foi construído após um sólido diálogo social com organizações patronais em nível nacional. “Isso representa um marco histórico na luta pelo combate à discriminação e à LGBTfobia nos ambientes de trabalho”, ressaltou Cida Trajano, presidenta da CNTRV.
Desafio constante
O documento já assinado pelas entidades signatárias abrange temas que vão desde a conscientização de trabalhadores e trabalhadoras, passando pela capacitação de chefias, gerências e RHs, até o compromisso institucional pelo respeito à diversidade de gênero e orientação sexual.
A elaboração da Carta de Princípios (veja íntegra abaixo) surgiu da constatação de que, embora as grandes marcas se posicionem pelo combate à LGBTfobia perante a sociedade, trabalhadores e trabalhadoras LGBTs ainda enfrentam desafios no chão de fábrica que vão desde a contratação até a permanência no emprego.
Segundo uma pesquisa realizada pelo DIEESE a partir de entrevistas com trabalhadores e trabalhadoras em fábricas de calçados e confecções e com lideranças sindicais comprometidas com o tema, esses desafios são ainda maiores para pessoas trans, especialmente as mulheres.
Segundo a CNTRV e o DIEESE, a expectativa é que a assinatura do documento influencie sindicatos locais – patronais e de trabalhadores – a implementarem o diálogo social com vistas a ações concretas nas bases, assim como a assinatura de acordos e convenções coletivas com cláusulas que ampliem a garantia de direitos a trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIAPN+.
A Carta de Princípios
1. Promover ambiente respeitoso, seguro e saudável para as pessoas LGBTQIAPN+
2. Sensibilizar e educar para o respeito aos direitos LGBTQIAPN+
3. Promover igualdade de oportunidades e tratamento justo às pessoas LGBTQIAPN+
4. Comprometer-se, presidência e executivos, com o respeito e com a promoção dos direitos LGBTQIAPN+
5. Promover ações de desenvolvimento profissional de pessoas LGBTQIAPN+
6. Promover o desenvolvimento econômico e social das pessoas LGBTQIAPN+ na cadeia de valor
7. Promover e apoiar ações em prol dos direitos LGBTQIAPN+ na comunidade
Serviço
Celebração da assinatura do termo-compromisso
Quando: Sexta-feira (26/7)
Horário: das 9h30 às 11h
Onde: Auditório da CUT (Rua Caetano Pinto, 575, Brás, São Paulo/SP)
Fonte: Redação CUT
