A agricultura familiar brasileira é a 8ª maior produtora de alimentos do mundo, responde por 23% do valor bruto da produção agropecuária e por 67% das ocupações no campo, contribuindo significativamente com a produção de alimentos saudáveis, a dinamização econômica, cultural e preservação ambiental do país.
Esses e outros dados relevantes para o setor estão compilados no Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2024/Ano 3, produzido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O secretário-Geral adjunto da CUT Nacional e presidente da Contag, Aristides Santos, afirma que o Anuário “reconhece o papel da agricultura familiar, reafirma o compromisso por políticas públicas e melhores condições de permanecer no campo, produzindo alimentos saudáveis e de forma sustentável.”
“É um momento importante, que nos traz reflexões, debates e, principalmente, o reconhecimento de uma categoria tão importante como a nossa. São os agricultores e agricultoras familiares que produzem os alimentos saudáveis que chegam na mesa da maioria da população brasileira. Então, vamos valorizar esse dia e dar visibilidade a essa luta tão importante”, acrescentou Santos.
O Anuário é distribuído em temas como: Características Gerais da População no Campo; Características Gerais dos Produtores e Estabelecimentos; Trabalho e Rendimento; Educação do Campo; Previdência Pública Rural; População Rural no Cadastro Único do Bolsa Família; Terceira Idade; Juventude Rural; Mulher no Campo; Meio Ambiente; Reforma Agrária; Política Agrícola; e Organização Sindical. Baixe aqui o Anuário.
A agricultura familiar e o consumo de alimentos no Brasil
Com apenas 23% das terras, os 3,9 milhões de estabelecimentos familiares geram 10,1 milhões de ocupações no campo, respondem por 23% do valor bruto da produção agropecuária brasileira e pela dinamização econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, segundo dados do Censo Agropecuário de 2017 do IBGE.
A pesquisa de orçamento familiar do IBGE (POF 2017-2018) indica que o Brasileiro gasta em média 17,5% da sua renda com alimentação, sendo o peso desta despesa menor na cidade (16,9%) do que no campo (23,8%).
O peso da despesa com alimentação é maior nas menores faixas de renda. Para o trabalhador que ganha até 2 salários mínimos, a despesa com alimentação corresponde a 22% do total da despesa, enquanto para o que ganha mais de 10 SM ela fica em 7,6%.
Na comparação que considera as classes extremas de rendimento mensal familiar a POF 2017-2018 registrou que as famílias com rendimentos mais baixos (até R$ 1.908,00) apresentaram uma proporção de 20,6% de despesa com alimentação fora do domicílio, contra 79,4% de despesa com alimentação no domicílio.
Já para as famílias com rendimentos mais altos (acima de R$ 23 850,00), a proporção da despesa com alimentação fora do domicílio, no total gasto com alimentação, foi de 50,3%, contra 49,7% de despesa com alimentação no domicílio.
Na média, o brasileiro que ganha até dois salários mínimos consumia 15% da renda com alimentação, contra menos de 2% de quem ganhava mais de 10 salários mínimos.
*Fonte: Contag e Dieese*
Fonte: Redação CUT