sexta-feira, outubro 18, 2024

CUT repudia racismo contra trabalhadores e trabalhadoras da educação

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A professora de sociologia, Valéria Cristina da Silva Rocha, na Escola Estadual Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller, em Cuiabá (MT), foi vítima do crime de racismo (Lei 14.532/2023), durante a aula, por meio de mensagens escritas por um estudante de 16 anos. Com o celular em formato letreiro ele se posicionou atrás da professora para mostrar para as demais frases que diziam: “socorro! Tem uma macaca falando”, e outras mensagens pejorativas.

Outra denúncia foi feita pela professora Naida Marques, na EEB Henrique Stodieckde, em Florianápolis (SC), que segundo os seus próprios alunos, foi chamada de “macaca” por outra docente. Diante desses casos a CUT vem a público repudiar todas as formas de racismo no país.

Nota da CUT

A Central Única dos Trabalhadores vem a público manifestar seu repúdio contra todo e qualquer ato racista que trabalhadores e trabalhadoras possam sofrer nos seus locais de trabalho e em todas as esferas da vida.

Pessoas negras sabem o que a cor da pele significa desde muito jovens. O racismo faz com que sua humanidade seja negada.

Combater o racismo é nosso dever e responsabilidade na busca de mudanças estruturais na sociedade brasileira. Não podemos permitir que essa estrutura racista continue determinando o sucesso e fracasso, riqueza e pobreza, segurança e violência que recaem de maneira diferente sobre pessoas racializadas.

Desde a sua fundação, a CUT sempre se colocou na linha de frente na luta por uma sociedade mais justa e igualitária, buscando mudanças estruturais que visem a extinção de posturas historicamente racistas e com a promoção de mudanças sociais profundas.

Sabemos que muitos trabalhadores e trabalhadoras continuam passando por casos de racismo no trabalho, como nos casos de Santa Catarina e Mato Grosso. A nossa orientação é buscar o sindicato de base para que, junto às CUT estaduais, possam realizar ações cabíveis, sejam de mitigação ou de reparação judicial.

A luta é dura e árdua, mas não podemos desistir ou esmorecer. Precisamos seguir lutando para eliminar o racismo no trabalho e na vida. Ações antirracistas são práticas contínuas e são foco de nossas lutas. Nos solidarizamos com trabalhadores e trabalhadoras que sofrem com o racismo cotidianamente.

A CUT seguirá buscando acordos coletivos de promoção de igualdade racial no trabalho e lutando para que existam políticas que possam punir práticas de racismo. E, de modo especial, o mês de novembro deve ser um espaço de denúncias dos atos racistas e de acolhimento a todas as vítimas dessa ferida que continua em carne viva e sangrando no Brasil.

Para a CUT é inadimissível que casos como esses continuam ocorrendo no país, numa afronta às leis brasileiras.   

São Paulo, 11 de outubro de 2024

CUT Brasil

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