quarta-feira, outubro 23, 2024

No Brics, Lula defende taxação de super-ricos e critica guerra de Israel no Oriente Médio

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quarta-feira (23), da 16ª Cúpula do Brics por videoconferência e anunciou o lema da próxima cúpula que será realizada em 2025 sob a presidência do Brasil: “Fortalecer a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”.

Durante a sua participação na plenária dos líderes da cúpula, Lula defendeu a taxação de super-ricos e o combate à fome, criticou a guerra promovida por Israel no Oriente Médio e fez um apelo contra as mudanças climáticas.

De acordo com o líder, “não há dúvida” de que a maior responsabilidade sobre os problemas climáticos no mundo recai sobre os países ricos.

“O Brics é ator incontornável no enfrentamento da mudança do clima, não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje. É preciso ir além dos 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos e fornecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos”, afirmou.

O presidente lembrou que o Brasil sediará a Cúpula do Clima (COP) de 2025, em Belém (PA). “Os dados da ciência exprimem um sentido de urgência sem precedentes. O planeta é um só, e seu futuro depende da ação coletiva. Também cabe aos países emergentes fazer sua parte”, destacou.

Lula também apontou a atuação da política externa brasileira no âmbito da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, dando o tom sobre a presidência do Brasil na cúpula em 2025. Ele anunciou o lema do próximo encontro: “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.

Segundo o presidente, a liderança brasileira no Brics terá como norte a defesa de um mundo multipolar de “relações menos assimétricas entre os países”.

“Na presidência brasileira dos Brics, queremos reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países. Não podemos aceitar a imposição de apartheid no acesso a vacinas e medicamentos como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento de inteligência artificial que caminha para se tornar privilégio de poucos”, acrescentou.

Ao comentar sobre a crise no Oriente Médio, Lula lembrou da fala do presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, que afirmou na Assembleia Geral da ONU que a Faixa de Gaza se tornou “o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.

“Essa insensatez agora se alastra para a Cisjordânia e para o Líbano. Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia”, completou.

O líder brasileiro cancelou a viagem à Rússia de última hora no domingo (20) após um acidente doméstico. A delegação brasileira em Kazan é chefiada pelo chanceler Mauro Vieira.

 

Fonte: Redação Brasil de Fato

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