quinta-feira, janeiro 16, 2025

Crescimento e redução da pobreza contradizem pressão do mercado

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Por Julimar Roberto*

Até a oposição concorda que, nos últimos dois anos, o Brasil tem registrado avanços significativos que têm melhorado a vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Somente nesta semana, as manchetes dos grandes veículos de comunicação anunciaram a redução das taxas de pobreza e extrema pobreza ao menor nível desde 2012, o crescimento do PIB acima das expectativas e a queda histórica do desemprego, sinais claros de que muita coisa tem acontecido para melhor. Esses resultados não surgiram por acaso, mas da vontade política do presidente Lula de impactar positivamente a vida das pessoas, através de decisões e ações consistentes, como o fortalecimento do Bolsa Família e investimentos na geração de emprego e renda.

Dados do IBGE mostram que 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2022 e 2023, enquanto o contingente em extrema pobreza caiu de 12,6 para 9,5 milhões. O crescimento econômico, de 0,9% no último trimestre, coloca o Brasil entre os destaques do G20, evidenciando a resistência da economia interna em um cenário global desafiador. Além disso, o mercado de trabalho atingiu números recordes, com 100,7 milhões de brasileiros ocupados e uma taxa de desemprego de apenas 6,2%.

Diante desse cenário, é difícil compreender a resistência de setores do mercado em reconhecer a eficiência do atual modelo de gestão. Pressões inflacionárias e críticas sobre a condução fiscal frequentemente ignoram os benefícios concretos que essas medidas trazem para a população mais vulnerável. Sem os programas sociais, por exemplo, a extrema pobreza teria praticamente triplicado em 2023, segundo projeções do IBGE.

É notório que o mercado de trabalho aquecido e o aumento real dos salários geram um ciclo mais que otimista, fortalecendo a demanda interna e, consequentemente, contribuindo para o crescimento do PIB. O setor de serviços, que mais cresceu no último trimestre, reflete diretamente o impacto positivo desse consumo.

O crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre de 2024, foi superior aos Estados Unidos, França e Arábia Saudita no mesmo período. Esse avanço contrasta com o cenário internacional de incertezas e desaceleração, mas, mesmo assim, as análises do mercado insistem em minimizar esses resultados, ressaltando desafios inflacionários ou problemas conjunturais.

É chegada a hora do mercado financeiro parar de dar tiro no próprio pé! Ao limitar os instrumentos que possibilitam a inclusão social, ele acaba minando as bases do próprio crescimento econômico que tanto valoriza, numa terrível contradição.

A redução da desigualdade, além de ser uma questão ética, é uma estratégia inteligente para o desenvolvimento sustentável. Um país onde milhões de pessoas têm acesso a oportunidades é um país mais forte, inovador e estável.

No Brasil, estamos finalmente colhendo os frutos de uma política econômica e social voltada para a redistribuição de renda e o fortalecimento do mercado interno, onde os avanços sociais também impulsionam o crescimento econômico. A crítica do mercado, ao desconsiderar esse equilíbrio, demonstra uma visão torpe que desvaloriza a força transformadora da inclusão.

Em vez de resistir, por que não apoiar essas iniciativas que, a longo prazo, promoverão um ambiente mais estável e economicamente seguro? Só é bom se for bom para todos, todas e todes. É esse o Brasil que queremos e pelo qual lutamos todos os dias.

 

* Julimar é comerciário e presidente da Contracs-CUT

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