Por Julimar Roberto*
O governo Lula mais uma vez demonstra compromisso com a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora ao lançar o programa “Crédito do Trabalhador”, uma linha de empréstimo consignado voltada aos trabalhadores e às trabalhadoras do setor privado. A iniciativa, que permite o uso de parte do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia, representa um grande avanço na democratização do acesso ao crédito, beneficiando milhões de brasileiros e de brasileiras que, até então, enfrentavam dificuldades para obter condições justas de financiamento.
Antes da MP, o empréstimo consignado estava majoritariamente disponível para servidores públicos e aposentados, que usufruíam de taxas de juros muito mais baixas do que os trabalhadores do setor privado. Com a nova medida, estima-se uma redução de cerca de 40% nas taxas de juros para celetistas, que passam a ter um acesso mais justo e competitivo ao crédito. Isso é fundamental para que famílias possam reorganizar suas finanças, quitar dívidas caras e fomentar o consumo de forma mais segura.
A abrangência do programa também merece destaque. Trabalhadores rurais, empregados domésticos e empregados de Microempreendedores Individuais (MEI), que antes não tinham acesso ao consignado, agora passam a ser contemplados. O impacto econômico dessa inclusão pode ser expressivo, uma vez que a previsão é que o volume de crédito triplique nos próximos anos, chegando a R$ 120 bilhões. Esse montante, quando bem direcionado, pode significar uma alavanca para a economia brasileira.
Outro aspecto positivo é a facilidade e transparência no acesso ao crédito. A utilização da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital) como ferramenta de solicitação agiliza o processo e permite que o trabalhador ou a trabalhadora analise diferentes propostas em um curto espaço de tempo, garantindo o poder de escolha da melhor condição para sua realidade financeira. Além disso, o desconto das parcelas em folha reduz o risco de inadimplência, o que também contribui para a manutenção das taxas de juros em patamares mais baixos.
Mas é necessário cautela. É fundamental que os trabalhadores e as trabalhadoras sejam bem orientados sobre o uso consciente desse recurso. O crédito deve ser um instrumento de solução financeira e não de aprofundamento do endividamento. Cabe ao governo, às instituições financeiras e às entidades representativas de classe garantir a divulgação de informações claras sobre os impactos do empréstimo no orçamento das famílias, evitando armadilhas financeiras.
O “Crédito do Trabalhador” é uma política que reafirma o compromisso do governo Lula com a inclusão social e o desenvolvimento econômico. Dar acesso a crédito mais barato a milhões de brasileiros significa fomentar o crescimento do país de maneira mais igualitária, reduzindo desigualdades e permitindo que a economia se fortaleça com a participação ativa da classe trabalhadora. Com essa medida, ganha quem trabalha e também ganha o Brasil.
* Julimar é comerciário e presidente da Contracs-CUT