quinta-feira, novembro 13, 2025

Nem EUA, nem Europa: potência do BRICS abre mercado para exportações de café do Brasil

Leia também

Em 2024, a Rússia se consolidou como mercado aberto às exportações de café brasileiro: foram 62 mil toneladas rumo ao país, que, em guerra com a Ucrânia e a sofrer sanções internacionais, bateu seu recorde de importação (com quase o dobro da quantidade importada no ano interior) e gerou receita de US$ 266,2 milhões.

Quem também passou a sofrer ‘sanções’ foi o Brasil, ou melhor, uma lista de produtos de exportação brasileiros, afetados pela política tarifária dos Estados Unidos, até então o maior destino das sacas de café produzidas nacionalmente — o mercado norte-americano respondia por 7,419 milhões de sacas importadas até o ano passado.

Agora, sob tarifa de 50%, parte de uma lista que inclui outras commodities do comércio internacional do Brasil, o café volta a aparecer nas relações comerciais entre as duas potências do BRICS.

A Rússia, que é líder global em crescimento no consumo de café — registrou aumento de 7,1% entre 2022 e 2023, o maior avistado entre os grandes consumidores que não produzem o grão —, teve comércio recorde com o Brasil novamente este ano, e agora se põe como alternativa diante do distanciamento do mercado norte-americano.

Antes o décimo maior destino para o café brasileiro, a Rússia pulou duas posições e se tornou, em 2025, o oitavo da lista, com 732,3 mil sacas importadas no primeiro semestre do ano, de acordo com dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Cresce o interesse, também, pelos cafés especiais produzidos aqui, que, em 2024, respondiam por 17,5% das exportações totais. Em 2025, a Rússia comprou 101.365 sacas de café especial brasileiro, número que representa um aumento de até 267% em relação às compras do ano passado.

Quando o tarifaço trumpista foi anunciado, as estimativas do setor cafeeiro indicavam uma queda de até 55% nas exportações para os EUA em agosto, e a Alemanha, o segundo maior comprador do produto, deveria se tornar o novo parceiro comercial de destaque do Brasil.

As vendas para o mercado alemão atingiram uma média de 379,5 mil sacas por mês em 2024, de acordo com o Cecafé — já a média da Rússia no primeiro semestre de 2025 ficou em cerca de 122,05 mil sacas, número que tende a crescer.

“A Rússia consolidou sua posição como um dos maiores importadores de café brasileiro e liderou o crescimento mundial do consumo de café, desafiando a tendência global de queda na demanda pelo produto”, nota a Qahwa World.

 

Fonte: Redação Revista Fórum

spot_img

Últimas notícias