A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) marcou presença na audiência pública realizada nesta terça-feira (23), na Câmara dos Deputados, que debateu os riscos da privatização da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar). A sessão foi convocada pelo deputado federal Tadeu Veneri (PT-PR) e reuniu parlamentares, especialistas, trabalhadores e entidades sindicais.
Durante a atividade, foram apresentadas denúncias de falta de transparência, contratos sem licitação e até propostas de monetização de dados pessoais da população paranaense, fatos que reforçam as preocupações quanto à violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e à ameaça à soberania digital do país.
O presidente da Contracs, Julimar Roberto, compôs a mesa de debate e ressaltou a importância da mobilização nacional em torno do tema.
“A venda da Celepar é um ataque frontal à soberania digital e ao direito do povo brasileiro de ter seus dados protegidos. A Contracs se soma a essa luta porque entende que o interesse público não pode ser colocado à mercê da lógica do lucro. Não aceitaremos que o patrimônio estratégico da população seja entregue à iniciativa privada em um processo marcado por irregularidades.”
A audiência também foi palco para o lançamento e reafirmação da Moção de Apoio à Luta contra a Privatização da Celepar, aprovada no XXII Congresso Nacional dos Profissionais de Processamento de Dados da Fenadados, em agosto de 2025, com apoio da Contracs e da CUT. O documento denuncia que a privatização da empresa ameaça postos de trabalho qualificados, fragiliza políticas públicas de inclusão digital e abre espaço para a mercantilização de informações sensíveis dos cidadãos.
A Contracs reforça que a Celepar, responsável pela gestão de dados estratégicos, não pode ser leiloada. A defesa da estatal é a defesa da capacidade do Estado brasileiro de planejar, regular e garantir políticas públicas universais em tempos digitais.
A entidade reforça o chamado a todas as centrais, aos sindicatos, aos movimentos sociais e a sociedade civil organizada a se manterem mobilizados. Privatizar a Celepar é privatizar o futuro digital do Brasil — e essa luta é de todos, todas e todes.