sexta-feira, novembro 22, 2024

Vamos falar de racismo

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Neste Dia da Consciência Negra precisamos repetir que o Brasil é um país racista, porque nossa sociedade esbranquiçada insiste em negar isso diariamente. Se a intenção não é se abster da culpa – pois sim, as pessoas brancas que possuem o poder de decisão em nossa sociedade são as culpadas – pode ser por descuido ou ignorância. Mas o fato é que o racismo persegue, subtrai direitos, mata, gera rejeições e muito, muito sofrimento.

Por mais que se fale e se combata, o racismo no Brasil ainda reduz drasticamente a renda da população negra, lhe impossibilita a ascensão social e interdita os acessos aos lugares de prestígio.

A maioria das nossas instituições, assim como o Estado, se moldaram sob a égide excludente do racismo. O mercado de trabalho, o sistema educacional, as forças de segurança e a própria distribuição espacial da nossa população foram moldados para segregar.

No mercado de trabalho, a população negra sofre com os mais altos índices de informalidade e rotatividade, além de receber os salários mais baixos. A cor da pele influi na escolaridade e na formação, na empregabilidade, na ascensão profissional e nas condições de aposentadoria do povo brasileiro

O racismo se apresenta no dia a dia do negro, fechando portas e oportunidades que são facilitadas à população branca. E essa experiência histórica persiste na conformidade da sociedade brasileira e também na formatação das instituições e do aparato legal, bem como do sistema econômico. Portanto, o racismo deve ser percebido como o elemento estruturante da nossa sociedade desigual.

No Brasil, o racismo não é consequência, ele é a causa. E precisa ser tratado como elemento central da formação da nossa sociedade e ser enfrentado em sua magnitude. Uma sociedade democrática não comporta a vigência de elementos diferenciadores e hierarquizantes.

Sendo assim, a transformação social do nosso país somente se dará pelo entendimento de que o racismo é o ponto central de nossa desigualdade e, desta forma, deve ser combatido. Trata-se de algo tão profundo que merece um tratamento mais estratégico e um enfrentamento com mais e melhores políticas públicas, que incluam distribuição de oportunidades, formação e muita, muita informação.

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