sexta-feira, novembro 22, 2024

Transformação digital no SUS é estratégica para política de saúde pública deslanchar

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A transformação digital é o mais estratégico dos trabalhos que estão sendo feitos na saúde pública no Brasil. A avaliação é do senador Humberto Costa (PT-PE), que é médico e um apoiador atento da atual ministra da Saúde, Nísia Trindade. “Sob sua gestão, está em preparação algo que será a grande mudança da política de saúde no Brasil: a saúde digital”, afirma. Costa foi ministro da pasta do primeiro governo Lula (entre 2003 e 2005), depois de comandar a área na prefeitura de Recife (2001-2003).

Em entrevista ao Prerrô na TVT, o senador afirma que a secretária Ana Estela Haddad tem “responsabilidade gigantesca para que o SUS dê mais certo ainda do que já deu até hoje”. Ana Estela comanda a Secretaria de Informação e Saude Digital (Seidigi-MS). E tem expressado em seu perfil no Instagram entusiasmo com a missão.

No dia 11 de abril, a secretária abriu reunião para apresentar os objetivos para o ano do Comitê Gestor de Saúde Digital (CCGSD). O comitê reúne representantes da Agência Nacional de Saúde (ANS), dos conselhos estaduais e municipais de secretários de Saúde (Conass e Conasems) e é coordenado por sua secretaria.

“Estamos cientes deste recomeço, no qual a saúde digital está colocada como estratégia fundamental pelo governo federal e pelo @minsaude. A pauta e encaminhamentos são de caráter estruturantes, graças a colaboração de tod@s”, diz em seu perfil. Ela se refere à missão da saúde digital, de formar uma ampla rede nacional interligando pontos de atendimento, com informações de profissionais e usuários abrangido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Soluções compartilhadas

Segundo Humberto Costa, a saúde digital permitirá o enfrentamento às filas, mas também uma maior capacidade de se chegar a soluções. “Inclusive na área do atendimento básico, com a consulta à distância, com a segunda opinião. Enfim, fará com que possamos melhorar não apenas na gestão, mas principalmente a qualidade do atendimento prestado aos usuários do SUS.”

Ele exemplifica: “Alguém que estiver no interior de Pernambuco ou em uma comunidade indígena na Amazônia poderá, pela internet, ser visto, ou fazer uma consulta, ou ouvir uma segunda opinião de um grande especialista em São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais. A partir daquele local, o profissional poderá transmitir um exame digitalmente”, descreve.

“Ou mesmo posteriormente ele poderá descrever a um outro profissional o que viu (sintomas e exames) e que orientação precisa ter (…) Nós sabemos que hoje é possível até se fazer cirurgia à distância. Isso já está ao alcance da população por meio do SUS.”

O avanço da saúde digital, diz Costa, será ainda reforço ao “verdadeiro mutirão” para eliminar a demanda reprimida no atendimento a especialidades criada a partir da pandemia. “Especialmente na área do tratamento de câncer e doenças cardiovasculatres, que são as principais causas de mortes no país.”

Gestão de filas

Sobre a gestão de filas, o ex-ministro da Saúde descreve mais um exemplo do potencial da saúde digital de melhor a eficiência da gestão. “Quando se tem um diagnóstico, por exemplo, com câncer, demora para atender. Às vezes, não só para o câncer, mas em qualquer outra especialidade, o tempo decorrido entre o agendamento e a data da consulta é tão grande que o paciente esquece”, relata.

Mas em um sistema informatizado, como já existe em muitos consultórios privados, o paciente vai receber um telefonema ou mensagem para lembrar e confirmar a consulta. “Daí vai confirmar ou remarcar, agilizando a remarcação e, ao mesmo tempo, abrir oportunidade para adiantar o atendimento de alguém que estava na fila.”

Hoje, pelas estatísticas da Saúde, mais de 50% das consultas especializadas se perdem pela ausência do paciente. “Então, você pode resolver problemas como este. E fazer atendimento de acordo com a gravidade. Por exemplo, o médico não mandará simplesmente um paciente para um endocrinologista, mas estabelecerá qual caso é mais grave para ser atendido antes”, diz Humberto Costa.

“Isso melhora muito a qualidade do atendimento. Além disso, o controle de custos, gastos desperdícios, também vai melhorar bastante. Frutos maiores serão colhidos ao longo deste ano.”

Confira entrevista na íntegra

Redação da RBA
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