Por Julimar Roberto*
Nesta semana, Brasília foi palco de uma das maiores manifestações da classe trabalhadora na última década, uma grande marcha que uniu diferentes sindicatos, centrais, confederações e ramos de trabalhadores e trabalhadoras, além de entidades e movimentos sociais e populares, em prol de uma mesma causa, chamar a atenção dos Três Poderes para a Pauta da Classe Trabalhadora.
Demonstrando uma grande capacidade de mobilização, milhares de pessoas, vindas dos mais diversos estados brasileiros, marcharam até o Congresso Nacional para encaminhamento da “Pauta da Classe Trabalhadora – Prioridades 2024” e a “Agenda Jurídica e das Centrais Sindicais no STF – 2024” ao Executivo, Legislativo e Judiciário Federal. O povo na rua referendou os documentos construídos pelas centrais sindicais, marcando um novo momento para o movimento sindical brasileiro. Em unidade, definiu-se uma agenda ambiciosa e abrangente que visa não apenas defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, mas também promover mudanças estruturais necessárias para um desenvolvimento mais justo e inclusivo.
A elaboração e a entrega dessas pautas representam um esforço concertado e democrático de consolidar as demandas dos trabalhadores e trabalhadoras. Um movimento que foi fruto de um processo deliberativo amplo, que envolveu debates nas bases sindicais e a consolidação de propostas durante congressos nacionais e conferências, resultando em um apanhado robusto, que reflete as necessidades e aspirações da classe trabalhadora num contexto de transformações econômicas e sociais.
A “Pauta da Classe Trabalhadora – Prioridades 2024” é uma atualização da pauta aprovada em abril de 2022 na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat). As atualizações refletem os avanços obtidos das 63 reivindicações contidas no documento anterior, algumas já atendidas pelo governo Lula.
O novo texto abrange 20 pontos principais, incluindo a reconstrução do Rio Grande do Sul, reforma tributária e políticas de geração de emprego e renda para combater o desemprego.
Sobre a “Agenda Jurídica e das Centrais Sindicais no STF – 2024”, essa normativa desempenha um papel fundamental ao monitorar e influenciar processos judiciais que impactam diretamente os trabalhadores e trabalhadoras. Dividida por temas jurídicos, essa agenda busca garantir a efetivação e ampliação dos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais. A inclusão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 também é um destaque importante, alinhando as pautas sindicais com metas globais de desenvolvimento sustentável e trabalho digno.
A importância dessas pautas vai além da defesa de direitos específicos; elas representam um esforço para reestruturar o sistema sindical e ampliar a representatividade dos trabalhadores e trabalhadoras. O incentivo à autonomia sindical, a regulação das negociações coletivas e a promoção da cooperação entre os sindicatos são passos fundamentais para fortalecer a voz da classe trabalhadora e garantir uma atuação mais eficaz frente a tantos desafios.
Mas só a mobilização permanente é capaz de manter essas pautas vivas e garantir que essas reivindicações sejam ouvidas e atendidas. A Marcha da Classe Trabalhadora foi um exemplo claro de como a unidade e a pressão popular podem influenciar o cenário político.
Portanto, ganhemos as ruas. Assim como um graveto isolado pode ser facilmente quebrado, um trabalhador sozinho pode enfrentar desafios insuperáveis. No entanto, quando unidos em feixe, os trabalhadores formam uma força inquebrável, capaz de superar obstáculos e promover mudanças significativas. A força da solidariedade e da união entre os trabalhadores é a essência do movimento sindical, e é por meio desse sentimento de cooperação e unidade que se alcança a verdadeira justiça social.
Juntos somos fortes!
*Julimar é comerciário e presidente da Contracs-CUT