Evitar atividades ao ar livre, incentivar a hidratação, manter a ventilação e umidade do ar internas controladas, monitorar sintomas de saúde e priorizar atividades em espaços internos. Essas são algumas das recomendações do Guia de Orientações para a comunidade escolar lidar com o período seco, a poluição do ar e as queimadas – que se intensificaram em todo o país.
O documento, lançado este mês pelo Ministério da Educação, traz ainda outras medidas adicionais para garantir segurança e proteção aos alunos e trabalhadores/as da educação, como o incentivo à utilização de máscaras para alunos e funcionários que precisem sair ao ar livre durante picos de poluição até o reforço da limpeza de áreas internas da escola “para reduzir a presença de partículas poluentes. Utilizar aspiradores com filtros, se disponíveis, para minimizar a dispersão de poeira e alérgenos”.
Para a secretária de Saúde da CNTE, Francisca Seixas, as dificuldades enfrentadas na educação pública são peculiares já que, com a falta de funcionários/as nas escolas, os trabalhadores/as têm dificuldade para se ausentar da sala de aula para se hidratar ou ir ao banheiro, por exemplo. Além disso, ela lembra que as salas de aula, de forma geral, são muito quentes, com pouca ventilação ou ventiladores antigos.
“Em casos extremos, recomendamos suspender as aulas. Outras medidas que podem ser tomadas neste período, onde for possível manter as escolas funcionando, é adotar um intervalo entre as aulas para a hidratação de alunos e profissionais, como ocorre, inclusive nos jogos de futebol, em que o árbitro para a partida por alguns minutos para os atletas beberem água. Essa medida simples pode evitar transtornos maiores”, aconselha Francisca.
Recomendações do Guia de Orientações para a comunidade escolar do MEC:
1. Evitar atividades ao ar livre:em dias de alta poluição, mantenha atividades como educação física e recreios em ambientes fechados e bem ventilados. Reduza ao máximo as atividades ao ar livre para minimizar os riscos.
2. Realizar atividades em espaços internos: promova atividades internas, como jogos educativos, leitura, debates sobre o meio ambiente e a saúde, além de atividades artísticas. Essas alternativas ajudam a manter o engajamento dos alunos sem expô-los a condições adversas.
3. Incentivar a hidratação:reforce a necessidade de beber bastante água e líquidos. Peça que os alunos sempre tragam garrafas de água e façam pausas regulares para hidratação, já que a água ajuda a eliminar toxinas do corpo e a manter as vias respiratórias protegidas.
4. Fechar as janelas e as portas durante os períodos críticos de poluição externa:mantenha a ventilação e a umidade do ar internas controladas, com uso de ventiladores e umidificadores sempre que possível.
5. Orientar e monitorar sintomas de saúde: saiba como identificar sintomas de exposição à poluição. Em caso de náuseas, vômitos, febre, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas na cabeça, no peito ou no abdômen, busque atendimento médico.
Medidas adicionais
1. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI):incentive a utilização de máscaras para alunos e funcionários que precisarem sair ao ar livre durante picos de poluição. Oriente sobre a importância e o uso adequado das máscaras para proteção respiratória.
2. Identificação de áreas seguras:crie “refúgios” internos com melhor qualidade do ar para alunos com problemas respiratórios. Utilize filtros de ar de alta eficiência, se disponíveis, para melhorar a qualidade do ar nesses espaços.
3. Comunicação com a comunidade: estabeleça parcerias com autoridades de saúde e de meteorologia para obter informações atualizadas sobre a qualidade do ar. Mantenha os pais informados sobre a situação e as medidas adotadas pela escola e ofereça orientações para proteger as crianças.
4. Educação sobre poluição e saúde: promova atividades educativas que ensinem aos alunos os efeitos da poluição do ar e a importância de proteger o sistema respiratório.
5. Limpeza das instalações:reforce a limpeza das áreas internas da escola para reduzir a presença de partículas poluentes. Utilize aspiradores com filtros, se disponíveis, para minimizar a dispersão de poeira e alérgenos.
6. Suspensão das aulas presenciais: considere a suspensão das aulas apenas como última alternativa, em casos de qualidade do ar “muito ruim” ou “péssima”, avaliando, junto à comunidade, as condições de biossegurança do ambiente escolar.
ACESSE AQUI O GUIA COMPLETO EM PDF
CNTE, com informações do Ministério da Educação
Foto: Joedson Alves/Agência Brasil