Próxima edição também acontece no nordeste no final deste mês
Nos dias 25 e 26 de abril, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) realizou em São Luís a Oficina de Negociação Coletiva para entidades filiadas dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará.
Ao todo, participaram 38 dirigentes sindicais, que logo no início expuseram suas experiências com negociação coletiva.
Segundo Nádia Vieira Souza, do Dieese, não existe receita certa a ser seguida para garantir sucesso na negociação coletiva, por isso é necessário se formar e se organizar, além de utilizar mecanismos e elementos necessários para fortalecer o poder do sindicato. “Cada negociação é única, tem suas características próprias, a conjuntura influencia. Mas quando você se planeja, as chances são maiores de grandes conquistas.” afirmou.
Nádia reforçou que tanto o dirigente sindical quanto o patronato estão em condições de igualdade na mesa de negociação, afinal o dirigente representa a classe trabalhadora e o patronado representa os empregadores. Portanto, não se pode permitir um sentimento de inferioridade ou destrato do dirigente sindical.
Embora haja dois tipos de negociação: individual e coletiva, a técnica do Dieese ressaltou que alguns elementos são comuns: personagens, objeto de interesse, significados sobre objeto e possibilidades de desfecho com acordo ou impasse.
Negociação Coletiva
O conceito de negociação coletiva compreende os seguintes pontos: conflitos, disposição em ceder e objetivos estratégicos – onde alguns são essenciais e outros é possível negociar ou abrir mão.
A negociação se estabelece a partir de uma situação de conflito, que se caracteriza pela negociação em busca de entendimento entre as partes. Por isso, se o resultado pretendido for um acordo, supõe-se que houve explicitação dos pontos de vistas e interesses, concessão ou exigência de algum tipo de contrapartida.
A negociação é um processo no qual os personagens envolvidos operam com vários elementos na defesa de seus interesses. Ao desencadearem a negociação, devem considerar que estão se movimentando num campo de possibilidades.
Entre os requisitos fundamentais para a efetivação da negociação coletiva estão a legitimidade e representatividade. Nádia também destacou a importância da formação de uma comissão de negociação para dividir tarefas, observar cenários e definir papéis.
Para todo o processo de negociação, foi posto três momentos: preparação, negociação e desfecho com as possíveis ações em torno do resultado.
Entre as dificuldades pontuadas nas mesas de negociação, os participantes destacaram o patronal não querer negociar e enrolar durante a negociação. A grande questão posta é: como enfrentar a situação e conseguir avançar nas negociações. Como sugestão, Nádia pontuou a mudança de postura da ação sindical. Além disso, a técnica do Dieese sugeriu manter um núcleo na negociação por vários anos, mas agregar sempre novos dirigentes para haver renovação na postura e, assim, o patronal não conseguir fazer uma leitura do cenário dos trabalhadores.
Outras oficinas
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) realizará outras edições da oficina formativa em negociação coletiva em outras regiões do país conforme calendário da entidade.
As oficinas são destinadas aos sindicatos e federações filiados.
A próxima edição do encontro acontecerá dias 23 e 24 de maio em Natal e é estendido aos sindicatos e federações filiados dos estados de Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia