Atos em 7 de setembro levaram milhares às ruas do Brasil contra o golpe
Repercutir a voz dos excluídos, manifestar indignação diante do sistema que exclui a população, organizar e mobilizar as lutas populares são os objetivos do Grito dos Excluídos. Pela 22ª vez, o movimento saiu às ruas na semana da Pátria, culminando em manifestações no dia 7 de setembro. Em 2016 teve como lema o repúdio ao sistema capitalista “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!” e uniu em seus atos as vozes dos movimentos sindicais e sociais descontentes com o processo de impeachment recém finalizado no Senado Federal, que golpeou a democracia.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) participou dos atos em diversos estados mostrando que a luta dos trabalhadores no comércio e serviços está ao lado das vozes oprimidas e busca por justiça e um mundo igual, contra o impeachment e a retirada de direitos, que deve avançar no próximo período. Defensora de um projeto popular e democrático, a Contracs agitou sua bandeira em atos por todo o país.
Em Brasília, milhares de manifestantes de reuniram nos arredores do Museu Nacional para colocar mais uma vez em pauta a luta pela soberania nacional e popular. Mais de 80 entidades estiveram presentes, incluindo a confederação que foi representada pelo secretário de coordenação administrativa e política da sede, Francisco Luiz Saraiva.
Luiz foi às ruas para gritar pelo direito do seu voto, que não foi assegurado com o golpe. “O projeto que a gente elegeu não é este, que eles estão tentando colocar de qualquer jeito e a gente não aceita isso de maneira nenhuma e não vamos aceitar que tenha sido uma coisa normal, foi golpe de Estado. Não vamos sossegar enquanto não voltar tudo ao normal.” declarou.
A marcha percorreu a Esplanada dos Ministérios e, segundo a organização, cerca de 10 mil pessoas participaram do ato.
Em Porto Alegre, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do ato que iniciou na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e terminou na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, onde tradicionalmente acontece o desfile cívico-militar de 7 de setembro. A maioria dos participantes era composta por integrantes do MST. Havia ainda membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos negros, feministas e LGBT.
A coordenadora da Região Sul da Contracs, Mara Feltes, participou do ato. O presidente da CUT-RS, Claudenir Nespolo, ressaltou seu grito contra o golpe parlamentar. “Denuncia a agenda do golpe. A agenda do golpe no Brasil é contra os direitos sociais, trabalhistas, contra a CLT, contra a reforma agrária, e nós estamos de forma bem alta denunciando esta agenda”, disse.
Em Mossoró, cerca de 500 manifestantes também foram às ruas e a Contracs esteve representada pela diretora do Conselho Fiscal, Raimunda Costa. A diretora da confederação relatou que o Fora Temer também esteve presente.
Raimunda levou à marcha não só a bandeira da Contracs como seu grito por justiça e vida digna a todos e todas que tem seus direitos negados e violados. “É um grito amplo, mas que tem como principal foco nenhum direito a menos e a violência que sofrem as mulheres.” A conselheira fiscal destacou a importância da Contracs se somar ao movimento social. “A Contracs representa o ramo do comércio e serviços e tem como bandeira de luta a defesa dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores e, por isso, apoia e fortalece os movimentos sociais também durante o Grito dos Excluídos.”