Presidente representa esperança de ver classe trabalhadora respeitada novamente
Mesmo preso e alvo da velha mídia, Luiz Inácio Lula da Silva ainda segue como o presidente preferido por mais de um terço do Brasil e moveu milhares de pessoas de todo o Brasil para um nesta quarta-feira (15) em defesa do registro de sua candidatura, agora oficializada.
A pergunta que deixam intrigados adversários políticos e inimigos da classe trabalhadora é: “por quê?” E a resposta vem de mulheres e homens como o trabalhador e dirigente do Sindilimpeza, de Cubatão (SP), Edilson Silva.
“A gente quer poder sorrir de novo, ter três refeições por dia, como era no governo dele, pode trabalhar e voltar a ver os amigos sorrirem também”, explica, anseios simples que foram engolidos pelo golpista Michel Temer (MDB) com apoio dos principais adversários de Lula na corrida eleitoral.
A associação do ex-presidente à garantia de direitos é imediata para quem marchou 25 km por dia, como o presidente do Sindicato dos Comerciários de Estância (SE), Saulo Henrique.
“Saímos dia 8 de agosto, fomos até Formosa (GO), onde montamos primeiro acampamento e de lá viemos caminhando até Brasília, caminhando mais de 25 km por dia com mais de três mil companheiros do Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Sergipe. O pessoal todo do Nordeste brasileiro que está aqui para garantir direitos e a candidatura de Lula”, afirmou ele, um dos integrantes da marcha histórica que pressiona o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cumprir o desejo popular.
Quem foi de ônibus e neste momento marcha pela capital federal após deixar o acampamento dos movimentos sindical e sociais no ginásio Nilson Nelson também vê em Lula a esperança de um Brasil de volta ao rumo do desenvolvimento com distribuição de renda.
Caso das lideranças da Contracs (Confederação dos Trabalhadores do Comércio e Serviços) e de sindicatos filiados em São Paulo e Rio de Janeiro. Presidente da confederação, Alci Matos, ressalta a responsabilidade de cada dirigente comprometido com sua categoria.
“A Contracs é ferramenta para os trabalhadores do comércio e serviços e não poderíamos nos omitir. Nossa luta é para que tenhamos depois das eleições um cenário de esperança, de um Brasil melhor com Lula livre e na gestão de um programa de crescimento, salário justo e negociação coletiva garantida para trabalhadores. É muito importante que nós do comercio e serviço estejamos nessa luta porque somos os principais atingidos pelas formas precárias de contratação”, ressaltou.
Secretário-geral da Contracs, Antônio Almeida, acredita que defender Lula é defender a própria classe trabalhadora. “O que nos move aqui é a esperança de chegar em outubro com a certeza de que recuperaremos a dignidade da classe trabalhadora. Estamos aqui escrevendo a história na resistência dos trabalhadores”, disse.
Para o secretário de Relações Internacionais da Confederação, Eliezer Gomes, apenas alguém que deixou um grande legado é capaz de unificar tantos pensamentos e movimentos. “Milhares de pessoas do campo e da cidade estão aqui unidas para defender algo que é muito maior que Lula, o maior líder da América Latina, que é voltar a pensar num futuro em que possamos discutir igualdade e distribuição de renda”, falou.
Para a secretária-geral do Secor (Sindicato dos Comerciários de Osasco), Kelly Domingos, a defesa de Lula é a defesa da dignidade no Brasil. “Estamos muito felizes de ver como o Lula é querido e como causa indignação termos um preso político em plena democracia. A democracia não está perdida”, acredita.
Como a democracia, a esperança também vive e motiva atos de protesto pela liberdade de Lula, como a greve de fome por justiça no STF (Superior Tribunal Federal), em Brasília, que chega ao 13º dia.
Durante todo esse período, os militantes Jaime Amorim, Vilmar Pacífico, Zonália Santos, Rafaela Alves, Frei Sergio Görgen e Luiz Gonzaga (Gegê) estão sem receber alimentação, Junto a eles está Leonardo Rodrigues, que chegou ao sétimo dia sem comer.
“Que a luta se multiplique em cada cidade pelo Brasil”, bradou Gegê durante o ato desta tarde, que justificou o protesto como uma greve de fome para que nenhuma criança mais passe fome no Brasil.
Carta – Em carta enviada aos militantes, que será lida por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Lula declarou que vai brigar até o fim. “Não pretendo morrer nem cogito renunciar. Vou brigar até o final”, afirma Lula.
O ex-presidente disse ainda que não quer favores da Justiça Eleitoral. “Quero apenas os direitos que vêm sendo reconhecidos pelos tribunais há anos em favor de centenas de outros candidatos”.