A atividade ocorre pela primeira vez em formato virtual, através de videoconferência, em decorrência da pandemia de covid-19
A 4ª Plenária Nacional Estatutária Ligia Deslandes da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Comércio e Serviços iniciou-se nesta segunda-feira (15). A atividade ocorre pela primeira vez em formato virtual, através de videoconferência, em decorrência da pandemia de covid-19. Ao todo foram inscritos 250 delegados e delegadas, além de inúmeros convidados.
A abertura contou com a acolhida do presidente da Contracs, Julimar Roberto, e a participação do presidente da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre, e da coordenadora da Região Centro Oeste da Contracs, Zenilda Fonseca.
Os quase 600 mil mortos pela Covid-19 foram lembrados em todas as falas, assim como a retirada de direitos, a precarização das relações de trabalho e demais retrocessos impostos pelo Governo Bolsonaro.
“Esse é um grande desafio, de realizar uma plenária virtual e, juntos, pensarmos em alternativas para os próximos passos do sindicalismo brasileiro. O ramo do comércio e serviços foi um dos mais prejudicados com a pandemia e a crise econômica instauradas no país. A insegurança imposta pela péssima gestão do governo federal relegou trabalhadores e trabalhadoras a um estado de medo. Medo de adoecer, de perder o emprego, de levar o coronavírus para dentro de suas casas, de passar fome…”, pontuou o dirigente.
Julimar também falou da necessidade de engrossar as fileiras por “Fora Bolsonaro”, intensificando as mobilizações pelo país na luta por direito à vida, saúde, comida, moradia, emprego e dignidade.
Em sua fala, o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, disse das inovações que precisam ser estruturadas no sindicalismo brasileiro por conta das mudanças sofridas no mundo do trabalho, a exemplo do crescimento dos postos em homeoffice, que descentralizaram significativamente o trabalho de base.
Ele também tratou da ‘uberização’ do trabalho, representada por milhões de brasileiros que não conseguem trabalho formal, com garantia de direitos.
“Os trabalhadores e trabalhadoras não podem se conformar com a ideia de que moderno é não ter direito algum, não ter férias, nem 13° salário. Isto é exploração para enriquecer os patrões. Trata-se de escravidão”, disse Nobre. Segundo ele, “moderno é garantir direitos”, e não o contrário.
Neste primeiro dia, a plenária também contou com uma mesa de análise de conjuntura internacional que trouxe o secretário geral da UNI Global Union, Márcio Monzane, e o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, como expositores. E um importante debate sobre os conflitos gerados pela introdução de novas tecnologias no mundo do trabalho, sendo conduzido pelo sociólogo e professor da UnB, Ricardo Festi.
Os trabalhos da manhã se encerraram com a leitura e aprovação unânime do Regimento Interno da Plenária.