Cilma foi vítima daquilo contra o qual lutou durante toda a vida: as construções históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias que vitimizam as mulheres negras todos os dias
Contracs-CUT e suas entidades filiadas vêm, por meio desta moção, manifestar seu repúdio e pesar devido ao cruel assassinato de Cilma Santos Galvão, ocorrido em sua residência, em Santa Maria (DF).
O crime, suspeito de ser resultado da ação violenta e desmedida de seu companheiro, é marcado, igualmente, pelo fato de Cilma, além de mulher, também ser negra. Nesse momento de dor e revolta, nos resta perguntar quantas Cilmas ainda precisarão morrer por feminicídio no Brasil.
Cilma foi vítima daquilo contra o qual lutou durante toda a vida: as construções históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias que vitimizam as mulheres negras todos os dias. Crimes incentivados pela falta de políticas públicas que assegurem a transversalidade de gênero e articulem prevenção, promoção e – principalmente – punição.
Não podemos fechar os olhos para a naturalização de atos terríveis como o acontecido. Não nos calaremos, enquanto uma mulher, negra ou não, sofrer por violência em todas as suas formas, as quais estão, com muita frequência, interrompendo sonhos, deixando sequelas, órfãos, famílias dilaceradas e gerando insegurança e medo, especialmente nas mulheres.
A Contracs exige que as autoridades competentes realizem todas as investigações necessárias para a solução desse crime hediondo. Ainda, convoca a sociedade para que tomemos consciência do grau da responsabilidade de cada um e cada uma na luta para que crimes como esse não voltem a acontecer.
A vida das mulheres importa!
Cilma presente!