A Federação dos Trabalhadores Empregados e Empregadas do Comércio e Serviços do Estado do Ceará (Fetrace) realiza nesta sexta e sábado sua Plenária de prestação de contas.
Na manhã desta sexta-feira, 12, a Fetrace realizou uma mesa de debate com uma análise de conjuntura. O companheiro José Maria Castro, do sindicato dos óticos, fez uma análise internacional. Segundo ele, a direita da europa está provocando a guerra bem como os Estados Unidos. Ele destacou que na Asia, a China sofre com as ameaças dos EUA por rivalizar tanto na economia quanto na disputa bélica. Zé Maria também destacou que a política americana hoje é a dos republicanos, que é uma política de guerra.
Em relação à América Latina, o dirigente sindical destacou a necessidade de se manter os projetos políticos democráticos no poder. Ele destacou que com o governo do PT, o Brasil passou a fazer mais política econômica e desenvolvimentista com os países vizinhos. “É fundamental que isso continue porque quase tudo que não produzimos no Brasil podemos comprar deles e o Brasil também deve vender seus produtos a eles.”
Para o cenário eleitoral, o dirigente alertou que o povo não pode cometer o mesmo erro que fez em 1989 com a eleição de Fernando Collor de Melo, que também se apresentava como o novo. “Nós, sindicalistas, temos que dialogar com as pessoas e mostrar o que está em jogo.” finalizou.
O deputado federal e ex-comerciário Eudes Xavier relatou sua trajetória política, que se iniciou com a oposição dos sindicato dos comerciários de Fortaleza e hoje é um deputado federal que leva a luta dos trabalhadores para dentro do Congresso.
Ao fazer uma análise do cenário nacional, Eudes iniciou falando dos anos de 1980 em que houve dois grandes fatos históricos: a fundação da CUT e a fundação do PT. Segundo ele, os anos 80 foram marcados por grandes lutas operárias e o resultado disso foi a candidatura de Luis Inácio Lula da Silva à presidência pela primeira vez.
Ao tratar da década de 1990, Eudes ressaltou o neooliberalismo vigente, que tinha táticas dos patrões para convencer os trabalhadores de que estavam preocupados com ele e, ao mesmo tempo, desmobilizar o movimento sindical. “Foi uma década perdida com greves de resistência devido ao alto desemprego.” O deputado federal destacou que no século XXI, tanto o PT quanto a CUT estavam mais maduros e, por isso, foram capazes de eleger Lula como presidente.
Na conjuntural atual, Eudes destacou a situação de quase pleno emprego que é muito boa, porém destacou que o governo ainda tem uma tarefa muito grande, que é a de empregar milhares de jovens que estão desempregados. “Esse é o novo desafio para o governo brasileiro.” Ao final, o político destacou que 3 gargalos ainda persistem no governo e que precisam ser alterados no próximo mandato: a redução da jornada de trabalho, que segundo ele deve ser reduzida ano a ano para que no final do mandato estejam com esta pendência resolvida; a democratização da comunicação; a reforma política, que dê condições de participação política de todos e a reforma tributária para inverter a lógica de que quem paga mais imposto seja o trabalhador.
A vice-presidente do PT Nacional, Clarissa Cunha, destacou que é fundamental entender a hegemonia para lutar e enfrentar o interesse do capital tanto fora do Brasil quanto dentro. “Precisamos analisar os projetos redução da pobreza, distribuição de renda e emancipação do povo brasileiro.” frisou ao emendar que existem, em disputa hoje, apenas dois projetos políticos. “E o outro projeto é pior que o neoliberal de direita. Esta eleição é extremamente ideológica porque alguns temas que não apareciam antes, hoje aparecem com muita força.”
Segundo Clarissa, questões como a autonomia do banco central quer fazer com que o Brasil seja governado pelos banqueiros. Além disso, a vice-presidente do PT Nacional destacou que a direita passa seu discurso de diversas maneiras tentando naturalizá-lo na tevê, no noticiário e no cotidiano das pessoas. “Se eles querem fazer uma campanha subliminar, nós vamos fazer do outro lado esta campanha a mais militante de todas.” argumentou.
O diretor da Contracs, José Elieudo, falou em nome do ramo do comércio e serviços e destacou que o debate é muito importante e que todos os presentes participam e saem de lá com a clareza necessária para combater o neoliberalismo e os patrões. “Precisamos manter o projeto para reduzir a jornada, aumentar os salários, fazer a diferença e acrescentar muito mais. Se melhorou, ainda está muito além e vamos melhorar mais.” finalizou.
Liduína Marques, secretária de mulheres da Fetrace falou do compromisso em reeleger a Dilma e Eudes Xavier, que é o companheiro do estado representante da classe trabalhadora. “Muitos, quando chegam no Congresso, esquecem que foram eleitos pela classe trabalhadora, mas isso não aconteceu com o nosso companheiro Eudes Xavier.” ressaltou.
Após as falas, o microfone foi aberto para o debate e os dirigentes presentes puderam fazer suas intervenções.
Na parte da tarde, a plenária fará uma ação política com uma caminhada pelo centro da cidade e às 19h acontecerá a solenidade de inauguração do prédio anexo de alojamentos da Fetrace. No sábado, haverá a apresentação de prestação de contas do ano de 2013 e a previsão orçamentária para 2015.
