Mais de mil pessoas participaram do ato que uniu sindicalistas, movimentos sociais, políticos e simpatizantes
Na sexta-feira, dia 7, o bairro do Ipiranga foi tomado por gritos e muita fumaça vermelha. Em torno de mil pessoas realizaram um ato pacífico em frente à sede do Instituto Lula, localizada na zona Sul de São Paulo. Com cravos vermelhos, rosas brancas e muitas bandeiras, movimentos sociais, sindicalistas, políticos e simpatizantes se uniram para se manifestar contra o ódio e a intolerância.
A tentativa de “abraço” realizado no Instituto Lula foi a resposta dos manifestantes de diversos movimentos sociais ao atentado ocorrido na noite do dia 30 de julho, quando uma bomba foi arremessada em direção ao prédio. Com tambores, palmas e muita alegria, os presentes ficaram em frente a entidade e gritavam e cantavam palavras de ordem como “O Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo! ”, “Aqui tem luta”, “O povo na rua, golpista recua”, entre outras.
Participaram do ato os ministros Aloizio Mercadante, Jaques Wagner e Edinho Silva, o presidente nacional do PT, Rui Falcão e o presidente do PCdoB, Renato Rabelo. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), bem como os políticos Eduardo Suplicy e Alexandre Padilha. Os partidos PDT e o PCO também estavam presentes.
As paredes do instituto foram revestidas com cartazes e papel nos quais os participantes do ato carinhosamente deixavam recados de incentivo e apoio. Muitos dos que participavam não pertenciam a movimento algum, eram pessoas simpatizantes que apoiam a causa e resolveram participar. A grande maioria, porém, pertencia a movimentos sociais como CUT, UNE, UGT, MST, FLM, entre outras entidades que se uniram para se manifestar contra o ódio e a intolerância.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) também participou do ato com funcionários, diretores e sindicatos de base. Para o secretário geral da Contracs, Antônio Almeida Júnior, a participação da Confederação no ato é de suma importância, uma vez que, o ex-presidente Lula era operário e sempre cuidou dos trabalhadores. “O atentado não foi somente ao Instituto Lula, foi um atentado à democracia e à classe trabalhadora. Por isso temos que nos manifestar contra esses abusos e mostrar que estamos unidos em defesa dos direitos e da democracia”.
O ex-presidente Lula chegou ao local acompanhado da esposa Marisa Letícia, porém devido ao grande assédio, ele ficou dentro do Instituto. Em alguns momentos, Lula chegou a ir à janela e jogou flores para a multidão como forma de agradecimento pelo carinho.
O diretor do Instituto Lula e ex-ministro chefe da secretaria geral da presidência do Brasil, Luiz Dulci ressaltou a importância da solidariedade presente em todo o ato. “O abraço é solidário. Mais do que um abraço ao Instituto, ele é um abraço a democracia, o que torna este um dos atos mais bonitos dos quais já participei. Aqui tem pessoas de vários partidos, diferentes movimentos e estão todos se manifestando defendendo a convivência democrática de forma pacífica e bela”.
Dulci também falou sobre o atentado ao Instituto e considerou o ocorrido um “atentado à democracia brasileira e uma agressão a cada cidadão”. Segundo ele, com o ato realizado, todos do Instituto sentem-se fortalecidos para enfrentar a violência. “Precisamos sair as ruas e mostrar que queremos a democracia. Precisamos realizar mais manifestações para mostrar que somos a maioria, que estamos contra o golpe e que unidos somos muito fortes”.