Clube dos Comerciários receberá debates às segundas-feiras como resistência ao Golpe em curso
Após o anúncio das medidas econômicas anunciadas na última terça-feira (24) pelo governo interino do vice-presidente Michel Temer, a CUT Brasília reuniu dirigentes sindicais no Clube dos Comerciários, Brasília-DF e deu inícioao Ciclo de Seminários, denominado “Resistir Sempre, Temer Jamais”. Sendo este o primeiro de vários outros encontros que terão como objetivo garantir os direitos trabalhistas adquiridos, a defesa da democracia e a luta para reverter o golpe que está em curso. Para os próximos debates estão previstos temas como a organização da classe trabalhadora e a discussão sobre a reforma previdenciária, entre outras que acontecerão sempre às segundas-feiras, no Clube dos Comerciários de Brasília.
As medidas tomadas por Temer evidenciam um ataque aos benefícios conquistados durante as gestões do PT (2003/2016), como: saúde, educação, habitação, seguridade social, agricultura familiar e o direito das minorias. Para Lilian Arruda, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), “as medidas econômicas anunciadas significam recessão, desemprego e retirada de direitos”. Segundo Neuriberg Dias, assessor técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), as ações configuram retrocesso, uma vez que “os projetos são votados sob a influência do poder econômico que encontra apoio no Governo e no Congresso, o que inviabiliza as pautas de interesses dos trabalhadores e ainda fere a constituição, ao criar a Comissão Mista de regulação da constituição”, denunciou o assessor.
Lideranças presente
Diante do quadro político, o Secretário de Coordenação Administrativa e Política da Sede da Contracs-CUT/DF, Luiz Saraiva reafirmou o compromisso da classe trabalhadora. “Estaremos nas ruas fazendo a nossa parte com a perspectiva de que as ações encontrem ressonância no Congresso e no Judiciário, sob a representação dos companheiros parlamentares que nos representam”, declarou Luizinho.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) deixou claro o porquê do intenso esforço da manutenção do golpe. “Quando a democracia não viabiliza seus projetos escusos, eles não a aceitam”. Considerou também que, para barrar o golpe, é preciso mais mobilização, principalmente na esplanada dos Ministérios, centro do Poder. “As manifestações acontecem em todo o País porque o sangue pulsa com o desejo de justiça, mas aqui em Brasília está o coração e quando os atos acontecem, há comoção e repercussão no Brasil e no mundo”, comentou.
A deputada Erika Kokay lembrou que a composição do governo Temer evidencia o golpe e o fascismo. “Vivemos uma ruptura da democracia, o que fica claro com a forma como estão criando a CPI para apurar Sindicatos, fraturando a resistência golpista e tentando fraturar a maior celebridade política que este País criou, por medo de encará-lo nas urnas em 2018, pois não aceitam um representante do trabalhador no poder”, comentou Erika, referindo ao ex-presidente Lula. Ao reforçar sobre a importância dos movimentos populares unificados para reverter o golpe, a parlamentar, parafraseando o próprio Lula, lembrou aos golpistas que “nunca ousem duvidar da capacidade e do poder e de organização de um trabalhador”, finalizou.