sábado, outubro 12, 2024

Vagner Freitas atesta que não existe reforma, e sim desmonte

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Aula pública no acampamento do MTST contesta reformas trabalhista e previdenciária evidenciando os ataques à classe trabalhadora.

“Eles usam o termo ‘reforma’ de maneira sacana porque reforma as pessoas entendem que é coisa boa. Reforma é para melhorar. Mas não é reforma para melhorar. Então, vamos tirar a palavra reforma do nosso vocabulário? É desmonte. Vamos trocar reforma por desmonte, demolição. Não falamos mais em reforma trabalhista e reforma previdenciária, é desmonte da legislação do trabalho e demolição do direito de aposentar.” atestou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, durante a aula pública sobre a reforma trabalhista e previdenciária no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na semana passada.

Vagner aproveitou o momento para explicar os ataques que estão embutidos nos desmontes trabalhistas e previdenciários como é o caso do negociado sobre o legislado, que está na reforma trabalhista. “Se passar esse desmonte do Temer, você não vai ter mais direito a férias, você não vai ter direito a fundo de garantia, você não vai ter direito de carteira assinada porque eles vão acabar com a carteira assinada, você não vai ter direito do descanso remunerado. É escravidão. Você só vai ter este direito se você negociar com o patrão.”

O dirigente sindical ainda alertou que a mídia desinforma a população dizendo que a reforma é para modernizar as relações de trabalho e para o mercado ficar competitivo, mas que o argumento não é verdadeiro. “Em todos os lugares do mundo em que eles fizeram a reforma trabalhista, a economia destruiu e o trabalhador sofreu, desempregou e a economia quebrou. Então, é isso que eles querem fazer e nós temos que impedir.”

Para impedir o avanço dos retrocessos, o presidente da CUT conclamou o enfrentamento junto ao poder popular, pois este enfrentamento o sindicalista não faz sozinho. “O que temos que fazer é lutar com o poder popular, é enfrentamento na rua para dizer para o Deputado e para o Senador que está lá que, se eles aprovarem isso, nós não vamos nunca mais eleger eles pra nada. Vamos colocar a cara deles nos postes, nas redes de comunicação social, vamos dizer que eles são traidores do povo, traidor da classe operária e que nós não vamos votar neles.”

Vagner Freitas ainda tratou da reforma da previdência social, que irá atacar o direito do trabalhador e da trabalhadora de se aposentar. “O motivo pelo qual a CUT não vai fazer emenda na proposta da reforma do Temer é porque ele não está fazendo reforma, ele está fazendo demolição do direito da aposentadoria. E ele não vai contar com a CUT para justificar a retirada de direito dos trabalhadores. A CUT não negocia com governo golpista e nem vai fazer negociação que prejudique os trabalhadores. A CUT nunca fez isso na vida, se construiu para aumentar direito para os trabalhadores, mudar o país.” constatou.

Em seguida, o presidente da CUT-São Paulo, Douglas Izzo, ressaltou alguns pontos que já foram aprovados e representam um retrocesso para o conjunto da população brasileira como a aprovação da PEC 55. “Portanto, companheiros, levando em consideração que a população, nos próximos 20 anos, vai crescer e os recursos não vão aumentar para atender a demanda da saúde, da educação, da segurança pública, da moradia, dos programas sociais, do saneamento básico, aprovaram um troço que vai colocar o Brasil em um colapso. Essa PEC 55 desmonta o conceito de Estado que nós temos hoje, com políticas universais para saúde, para educação e projetos sociais. Então, o desmonte já teve início com a aprovação desta lei no ano passado e, agora, esta segunda e terceira fase é retirar os direitos dos trabalhadores.”

Douglas lembrou que os ataques tem se espalhado e lembrou que o direito dos trabalhadores fazerem luta também está sendo atacado. “Apresentaram uma proposta que praticamente inviabiliza a greve de servidores públicos, um dos maiores afetados com a reforma da previdência e a reforma trabalhista. Então, nós vivemos o Estado que querem retirar os nossos direitos e querem retirar os direitos de manifestação e de luta dos companheiros dos movimentos sociais.” constatou.

Apesar do cenário pessimista, Douglas acredita na força de quem faz o enfrentamento contra a retirada de direito e daqueles que não temem a luta por uma sociedade mais justa, democrática e igual para todo o povo trabalhador e, por isso, pede: “Nós precisamos pressionar os deputados de São Paulo e falar que nós queremos o seu voto contra a reforma da previdência e deixar bem claro que quem votar na reforma da previdência nós vamos fazer campanha nas ruas em 2018 porque não pode representar os trabalhadores.”

Aplaudido pelos presentes, a aula pública contra as reformas do Governo Temer terminou com os gritos de luta da Frente Povo Sem Medo que dizia: povo sem medo, sem medo de lutar.

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