quarta-feira, dezembro 11, 2024

Contracs lança cartilha sobre a reforma da previdência e aponta alternativas à proposta

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A reforma da previdência irá criar barreiras de acesso: primeiro com o tempo de contribuição que passa de 15 para 25 anos, depois com o valor do benefício que passou de 80% das maiores contribuições para 75% de todas as contribuições. Então, posterga quando o trabalhador irá acessar o benefício e, quando acessar, diminui o valor do benefício. Somada à reforma trabalhista, que provocará mais precarização nas condições de trabalho, o trabalhador enfrentará ainda mais dificuldades para acessar o benefício. Essa é apenas uma das conclusões que Fernando Rodrigues da Silva do Centro de Estudos sobre Relações do Trabalho, Previdência e Seguridade Social (CeTPS) apontou como consequência desastrosa da proposta de reforma previdenciária que tramita no Congresso Nacional.

Esta e outras conclusões fazem parte da Cartilha sobre a Reforma da Previdência para dirigentes sindicais da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT), que foi lançada nesta quarta-feira (07) em São Paulo.

Outro importante ponto abordado pela cartilha discute a existência ou não do déficit da previdência social. Segundo Fernando, a contribuição dos trabalhadores urbanos para a previdência social excede aos valores pagos em benefícios e, portanto, contribui para o pagamento de parte dos benefícios dos trabalhadores rurais. “Além disso, não há déficit quando se soma todos os recursos da seguridade social.” lembrou ao elencar demais formas de financiamento do sistema como a Confins, parte do valor arrecadado com a loteria federal, entre outros.

Para o presidente da Contracs, Alci Matos Araujo, a cartilha apresenta pontos primordiais para subsidiar os dirigentes a se contrapor à Reforma da Previdência. “Neste aspecto, com diagnósticos e também propostas do nosso ramo do comércio e serviços da CUT, tentamos inovar e explicar um pouco melhor as nossas defesas mais articuladas para que os dirigentes possam se posicionar contrários à reforma junto à sociedade.” Alci ainda destacou a importância da elaboração do material marcando a posição histórica da Confederação contra a retirada de direitos, somando esta ação às inúmeras outras atividades da entidade e da CUT contra as reformas propostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer.

Já o secretário de políticas sociais da Contracs, José Vanilson Cordeiro, destaca que a cartilha irá subsidiar os dirigentes com a informação correta e necessária neste momento de ataque aos direitos consagrados. “A apatia parte de uma desinformação ou a falta da informação correta daquilo que vai mexer no seu direito, então tem muitos companheiros esperando a água passar para ver o que acontece. Depois vai ser muito tarde, mas ainda dá tempo. Nós esperamos, inclusive, atrasar as votações do Senado. A luta é contínua e não podemos perder a esperança um minuto que seja. Estamos aqui para dar a informação correta e nos mobilizar não só com os trabalhadores do comércio e serviços, mas com outras entidades que temos nos locais e nos municípios.”

Nesta quinta-feira (08), a Contracs lançará a cartilha com um debate em Brasília e dia 26 de junho haverá um debate pela internet para apresentar as propostas da Contracs contra a reforma da previdência.

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