quinta-feira, março 28, 2024

Outubro Rosa: Todos juntos nesta luta!

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O diagnóstico precoce ainda é o maior aliado para o tratamento eficaz do câncer de mama.

O mês de Outubro já é conhecido mundialmente como um mês marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. É um movimento internacional que busca sensibilizar governos e entidades privadas sobre a necessidade de compartilhar a responsabilidade pela saúde da mulher, particularmente quanto ao câncer de mama, por meio da oferta de equipamentos adequados e informação.

A Contracs/CUT se soma a campanha, que tem um papel fundamental para chamar a atenção sobre uma doença que mata e mutila muitas mulheres em todo o mundo. Para a secretária de mulheres da Contracs, Mara Feltes, “Além da conscientização das mulheres, é necessário lutar para que as mulheres tenham acesso aos exames preventivos do câncer e isso começa pela inclusão nas convenções coletivas de um dia ou turno para que as trabalhadoras realizem os exames”. A dirigente ainda ressalta que muitas empresárias participam e “estrelam” campanhas publicitárias acerca do combate e prevenção ao câncer, mas na hora da negociação rejeitam a inclusão de cláusulas que garantam o acesso real a melhores condições de vida e saúde “é de uma hipocrisia sem tamanho, chega a ser desumano”.

Para além de campanha, ação e atitudes são necessárias

Mara destaca também que as campanhas de conscientização são importantes, mas apenas um primeiro passo. “Sem que o poder público garanta condições às mulheres de realizarem a prevenção, em horários adequados e com os equipamentos necessários, as campanhas podem se transformar em pura falácia”. Mara questiona também o fato de que os números de casos de câncer que atingem as mulheres não têm diminuído “A realidade é que as mulheres trabalhadoras não conseguem o acesso aos processos de exames e de prevenção, seja pela falta de acesso, negado pelo poder público, seja pela intransigência patronal. Quando chega ao Sistema de Saúde, na maioria dos casos, a doença já está em estágio avançado.”

Mara ressalta, por fim, que a secretaria de mulheres da Contracs/CUT tem se empenhado para que nas convenções coletivas seja garantido o direito às mulheres trabalhadoras do nosso ramo a ter um dia no ano em que possam se ausentar do trabalho para fazer exames preventivos de câncer de mama e útero.


Confira as recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer de mama
Mamografia de rotina deve ser feita entre os 50 e os 69 anos, a cada dois anos

• A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios.

• A mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a menopausa. Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos (resultado negativo para câncer em pacientes com câncer) e também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer em pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de realização de mais exames.

• O Ministério da Saúde recomenda contra o rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos (recomendação contrária forte: os possíveis danos claramente superam os possíveis benefícios). Por isso, também as principais diretrizes e programas de rastreamento do mundo não recomendam o rastreamento de mulheres abaixo desta idade.

• O rastreamento com mamografia, mesmo na faixa etária recomendada, implica em riscos que precisam ser conhecidos pelas mulheres. Além dos resultados falso-positivos e falso-negativos, o rastreamento pode identificar cânceres de comportamento indolente, que não ameaçariam a vida da mulher e que acabam sendo tratados (sobrediagnóstico e sobretratamento), expondo-a a riscos e danos associados. As mulheres devem ser orientadas sobre riscos e benefícios do rastreamento mamográfico para que possam, em conjunto com o médico, decidir sobre a realização dos exames de rotina e exercer sua autonomia.

• A avaliação das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil é de que, na faixa etária de 50 a 69 anos e com periodicidade bienal, os possíveis benefícios do rastreamento superam seus riscos.

• Atualmente não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Grandes estudos sobre o tema demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, a postura atenta das mulheres no conhecimento do seu corpo e no reconhecimento de alterações suspeitas para procura de um serviço de saúde o mais cedo possível – estratégia de conscientização – permanece sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas como acontecia com o método de autoexame.

• A superação das barreiras para redução da mortalidade por câncer de mama no Brasil envolve não apenas o acesso à mamografia de rastreamento, mas controle de fatores de risco conhecidos e, sobretudo, a estruturação da rede assistencial para rápida e oportuna investigação diagnóstica e acesso ao tratamento de qualidade.

• Esforços nesse sentido estão sendo feitos e dependem do fortalecimento do Sistema Único de Saúde para garantia de acesso à saúde pública de qualidade ao conjunto da população brasileira.

Fonte: Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil – INCA

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