Boas festas – mesmo em isolamento social – e um 2021 de muita garra, resistência e amor, sempre na certeza de que “ninguém solta a mão de ninguém”.
Foi de sobrevivência o ano de 2020, pois tudo esteve ameaçado: as vidas humanas, a sociedade da forma que conhecemos, os empregos, a liberdade, os direitos trabalhistas e sociais, a integridade física e moral das pessoas, e nossa sanidade mental. Realmente, somos sobreviventes! E isso, por si só, já é um motivo para celebrarmos. Foi duro, mas seguimos adiante.
E o que vem pela frente? Não sabemos, mas nos sentimos encorajados pela certeza de que não estamos sozinhos, porque, apesar de tudo – e acima de tudo – a classe trabalhadora sai de 2020 consciente de que perdemos algumas batalhas, mas persistiremos na luta. Foram diversos projetos, em diferentes níveis de governo, que retiraram direitos, reduziram conquistas e tentaram fragilizar o movimento sindical. Mas vale lembrar que foi em meio às maiores adversidades que os trabalhadores e trabalhadoras construíram suas principais organizações de enfrentamento à repressão.
Nos 21 anos de ditadura militar no Brasil, o sistema atacou brutalmente o movimento sindical, milhares de operários foram demitidos de suas fábricas, dirigentes sindicais foram cassados, presos e assassinados. Por mais que tentaram nos enterrar, resistimos porque “somos sementes”. A classe trabalhadora se levantou e, por quatro vezes, elegeu o projeto político de nação que verdadeiramente a representava (governos Lula e Dilma).
Sabemos que em 2021 a previsão é de aprofundamento das crises econômicas, sociais e sanitária em todo mundo. O desemprego, a miséria, a fome e as desigualdades ainda assolarão a humanidade e, em nosso país, continuaremos sob o jugo da incompetência e inconsequência de um péssimo governo. Também, assistimos, temerosos, o avanço da pandemia que, no Brasil, não encontra políticas de enfrentamento e segue assolando as famílias, sem a menor previsão de um plano eficaz de imunização. Mas precisamos manter vivo o sentimento de que chegamos até aqui e estamos prontos e preparados para o que ainda virá. Pois, mais importante que própria guerra, são os companheiros e companheiras que estão ao nosso lado no campo de batalha. E da coragem, força e resistência desses guerreiros e guerreiras, não temos a menor dúvida.
Portanto, mesmo frente a um cenário tão pessimista, queremos finalizar agradecendo aos comerciários, comerciárias, trabalhadores e trabalhadoras de serviços dessa grande nação. Desde as nossas bases nos estados, às direções de cada entidade, cada dirigente, todos e todas. Nós, enquanto classe trabalhadora, provamos que somos o pilar de nosso país e de cabeça erguida seguiremos na luta e persistiremos enquanto houver injustiças.
Boas festas – mesmo em isolamento social – e um 2021 de muita garra, resistência e amor, sempre na certeza de que “ninguém solta a mão de ninguém”.
Julimar Roberto,
Presidente da Contracs