O texto trata do oportunismo de Bolsonaro ao usar o orçamento 2022 para beneficiar aliados e comprar apoio para sua reeleição.
Com quantos trilhões de reais se compram apoios no Congresso Nacional? Essa era uma pergunta difícil de responder por mais que soubéssemos se tratar de muito dinheiro. Mas Bolsonaro conseguiu quantificar e explicitou o montante no início da semana em seu orçamento secreto para 2022.
Sem o menor escrúpulo, o mandatário do país distribuiu à revelia cerca de R$ 16,48 bilhões em recursos para seus aliados políticos e, como o nome já denuncia, de forma secreta, sem transparência ou controle algum.
Parlamentares do PL, PP e Republicanos, os três partidos que formam a base de sustentação do ex-capitão, foram contemplados com R$ 901 milhões. Isso, sem contar que a tríade já movimenta R$ 149,6 bilhões, por dominarem 32 postos chaves dentro da administração federal.
Mas a mamata não para por aí. O mito desmistificado manteve o fundo eleitoral em R$ 4,96 bilhões para este ano, mais de o dobro destinado para as eleições de 2020, para não desagradar apoiadores.
O problema é que esse dinheiro precisaria sair de algum lugar, pois o Brasil não está ficando mais rico. Então, nosso emérito presidente decidiu por fazer cortes nos investimentos públicos federais que, como já anunciado, serão os menores da nossa história.
Com suas prioridades invertidas, o chefe da nação cortou do Ministério da Educação a quantia de R$ 802,6 milhões. Do Trabalho e Previdência, o corte foi de R$ 1 bilhão. Na Saúde, a facada foi de R$ 74,2 milhões. Isso sem contar com a poda alarmante realizada no orçamento destinado à pesquisa científica, entre outros setores duramente prejudicados.
Sempre com dois pesos e duas medidas, Bolsonaro manteve a autorização de despesa de R$ 1,7 bilhão para reajustes de servidores, com os quais pretende contemplar as corporações policiais, seus cabos eleitorais mais fiéis.
E assim, Jair pretende levar seus últimos meses de mandato, sempre roubando dos pobres e dando aos ricos, bem aos moldes de um Robin Hood às avessas.
Mas esse conto de horrores está com seus dias contados, pois será nas urnas que daremos o merecido troco. Quando por fim, completamente desmoralizado e sozinho, Bolsonaro voltará quietinho para casa e será riscado, de uma vez por todas, da história política do Brasil.
*Julimar é comerciário e presidente da Contracs-CUT