Extinguir uma empresa nascida de um ato constitucional é uma agressão à sociedade, pois a EBC é a complementariedade da comunicação nacional
Após anúncio de que o governo federal decidiu incluir a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) no Plano Nacional de Desestatização (PND), primeira etapa para a privatização de uma estatal, nos vem à mente trecho do poema de Eduardo Alves da Costa, em pleno regime militar, que diz: “(…) conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta e já não podemos dizer nada”. E assim, com uma canetada, o Brasil corre o risco de ser calado.
Extinguir uma empresa nascida de um ato constitucional é uma agressão à sociedade, pois a EBC é a complementariedade da comunicação nacional. A Constituição fala que a comunicação no país será realizada através de uma rede privada, uma pública e outra estatal. A EBC é a rede pública com o braço estatal, a NBR. Portanto, se a extinguirem, estarão rasgando a Constituição.
Enquanto os veículos privados de comunicação se preocupam em difundir uma programação com apelo comercial, ela é a única que segue divulgando um conteúdo educativo e social, com a preocupação de formar cidadãos. Sem contar que, somente ela, nenhuma outra, liga o Brasil de Norte a Sul, alcançando todos os rincões.
Por isso, precisamos nos unir aos servidores que estão se organizando em oposição a esse ato covarde que, além de calar a nação, promoverá uma demissão em massa.
Não permitamos que calem o Brasil. A EBC é nossa!