sexta-feira, novembro 22, 2024

ARTIGO | Bolsonaro, de moto ou a cavalo, está prestes a desabar

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Em seu artigo desta semana, no Brasil 247, o presidente da Contracs-CUT, Julimar Roberto, satiriza o presidente e sua falta de originalidade

Quando pensamos que nada mais que Bolsonaro faça nos surpreenderá, ele surge com novas demonstrações de irresponsabilidade e imaturidade. Como se o que mais lhe importasse fosse superar suas próprias sandices.

Mesmo sendo figurinha carimbada, não podemos deixar de comentar seu passeio de moto no Rio de Janeiro, onde uma multidão desprotegida – no sentido literal do termo – aglomerou sem máscara, envolvida em um negacionismo tão denso que não permitia a entrada, sequer, da menor fagulha de racionalidade.

O fato, altamente dispendioso aos cofres públicos, foi bastante explorado pela mídia. Para o grande público, seria apenas mais uma demonstração de desprezo à vida, na mesma semana em que o Brasil ultrapassava a triste marca de 450 mil mortos por Covid-19.

Mas faz-se necessário que avaliemos o simbolismo dessa atitude pseudo-imatura do presidente da República que, de inocente, não tem absolutamente nada. Assim, como também não tem nada de original.

Reportemo-nos a junho de 1933, quando o líder do Partido Fascista da Itália, Benito Mussolini, realizou um passeio de moto com seus apoiadores por toda Roma, nos mesmos moldes em que fez Bolsonaro. Inclusive, com a mesma repercussão nos canais de comunicação da época.

As semelhanças vão além. Assim como o fascista italiano, o tupiniquim também seguiu escoltado por homens armados – os mais de mil policiais de mais de 20 unidades diferentes. O que nos reporta às palavras do escritor Antonio Scurati que afirma que “o fascismo é o primeiro movimento político a ser equipado com uma milícia paramilitar, que corresponde exatamente a seus seguidores”. Seria ingenuidade acreditar que qualquer semelhança possa ser mera coincidência.

Passeios de moto e desfiles a cavalo faziam parte da estratégia de Mussolini para exibir sua coragem e suposta virilidade. Alguém se lembra de Bolsonaro cavalgando em Brasília? Eu, sim!

Nesse ritmo, só nos resta aguardar que o presidente brasileiro se deixe flagrar pilotando – ou fingindo pilotar – um avião. Coisa que o italiano fez e que a nossa versão verde e amarelo ainda está devendo.

Mas deixemos que a história siga seu curso. Pois, todos se lembram de como Benito Amilcare Andrea Mussolini, figura-chave na criação do fascismo no mundo, terminou: pendurado em praça pública de cabeça para baixo.

Não! Não desejo tamanho mal ao nosso “fascistinha de estimação”. Afinal, o queremos bem vivo e saudável, vigoroso e serelepe, para levar uma lavada nas urnas em 2022 e assistir seu reinado desumano, de morte, repressão e medo, desabar bem em frente aos seus olhos. Isso, se o impeachment não nos livrar dele primeiro.

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