sábado, maio 4, 2024

A polarização não mata. O que mata é o ódio, o bolsonarismo, o fascismo

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Em meados de maio, escrevi um artigo sobre escolher o amor, que falava sobre as eleições de 2022 e sobre optar entre esse sentimento e o ódio. Naquele mês, o pleito já tinha dois principais candidatos bem definidos: o atual presidente da República ─ que tem baseado seu discurso na segregação e na violência ─ e o ex-presidente Lula ─ que prega a união como uma das saídas para reconstruir e fazer o Brasil feliz de novo.
O que ainda não tínhamos noção é de como esse ódio propagado pela extrema direita ganharia forças a ponto de tirar vidas. No último sábado, 9 de julho, o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, Marcelo Aloizio de Arruda, foi morto a tiros pelo policial penal federal ─ e que fique claro, bolsonarista ─ Jorge José da Rocha Guaranho. O assassinato aconteceu enquanto o PTista comemorava seu quinquagésimo aniversário com familiares e amigos. Testemunhas relatam que o assassino desceu do carro armado, gritando “Aqui é Bolsonaro”.
Essa não foi a primeira vez que o ódio bolsonarista atacou opositores. Em 2018, um capoeirista foi morto a facadas em Salvador (BA), após dizer que tinha votado em Haddad, candidato à Presidência pelo PT no pleito daquele ano. No mesmo ano, dois ônibus da caravana de Lula pelo país foram atacados com tiros. Ainda em 2018, um homem foi baleado no Acampamento Lula Livre, em Curitiba (PR). E, mais recentemente, no início deste mês, uma bomba caseira, feita com garrafa pet, contendo fezes e urina, foi jogada em um evento de Lula no Rio de Janeiro. Graças a Deus, ninguém ficou ferido.
Todos esses casos, além de ataques às minorias ─ que têm como base o ódio pregado por Bolsonaro por onde quer que passe ─ deixam claro o quão danoso é o fascismo. Como Lula disse durante evento em Brasília nesta semana: “Estão tentando fazer das eleições uma guerra”. E, de fato, estão.
E o pior de tudo é que a mídia tenta comparar os dois lados com o discurso de clima de polarização política. Como pode haver polarização quando só um lado ataca e mata? O assassinato do companheiro Arruda e todos os outros casos são atos fascistas e não há espaço para comparações.
Polarização sempre existiu em períodos eleitorais. Debates acalorados, troca de ideias, discussões de pautas e outras ações fizeram e continuarão fazendo parte do processo eleitoral. Mas nunca na história o ódio e a intolerância foram estimulados por nenhum dos lados. Muito menos, pelo presidente da República. A polarização não mata. O que mata é o ódio, o bolsonarismo, o fascismo.
Em outubro, temos duas missões: derrotar Bolsonaro nas urnas e o bolsonarismo nas ruas. Nenhuma das tarefas será fácil e nossa união por um país melhor será determinante para a grande vitória. Que cada uma e cada um, tocados pelo amor, faça parte dessa grande corrente pelo bem. Não há espaço para Bolsonaro. Não há espaço para o bolsonarismo. Não há espaço para o fascismo.
Companheiro Marcelo Arruda, PRESENTE!
Por* Julimar Roberto
Comerciário e presidente da Contracs-CUT
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