Como tem sido comprovado nos últimos dias, o bolsonarismo não tem escrúpulos, mata, segrega, e é alimentado pelo desprezo
Lá em 2020, no auge da pandemia, com milhares de pessoas perdendo a vida diariamente ao redor do mundo, ao ser questionado sobre as mortes no Brasil, Bolsonaro respondeu: “Não sou coveiro, tá?!”. A resposta, dada em tom de arrogância e com expressivo ódio ─ como é costume do capitão quando se sente acuado ─ apenas evidenciou a falta de humanidade do homem que ocupa o Planalto.
E ao que parece, a apatia e o desdém ao próximo são características que se entendem também aos seus aliados fanáticos. Como tem sido comprovado nos últimos dias, o bolsonarismo não tem escrúpulos, mata, segrega, e é alimentado pelo desprezo.
Um dos mais recentes casos, que virou notícia em todo o país, é de cortar o coração. A diarista Ilza Rodrigues foi exposta e humilhada por um empresário bolsonarista, identificado como Cassio Cenali. Na gravação, que viralizou nas redes sociais, o homem entrega uma caixa com marmitas para Ilza e questiona em quem ela votará para presidente nas eleições deste ano.
A diarista, que assim como milhares de brasileiros sonha com o Brasil feliz de novo, respondeu que votará em Lula. Em seguida, em vez de receber as marmitas, Ilza é surpreendida pela resposta do empresário, que diz que irá suspender as doações. Tudo filmado e divulgado.
“Lula? Então tá bom, ela é Lula, a partir de hoje não tem mais marmita. É a última marmita que vem aqui. A senhora peça para o Lula agora, beleza?”.
Após a cena lamentável, a diarista recebeu o apoio de diversos movimentos. O Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) ─ organização atacada pela direita ─ entregou uma cesta básica para Ilza e garantiu que ela receberá produtos saudáveis pelos próximos seis meses. Um lindo gesto de solidariedade.
Só que, não bastasse o desprezo e falta de misericórdia pelos mais necessitados, o bolsonarismo tem matado. Isso mesmo. Ceifado vidas por onde passa. Vidas essas que eles tanto defendem nos discursos cheios de conservadorismo.
Só nesse semestre foram. pelo menos. duas mortes motivadas por ódio político. O mais recente caso ocorreu na semana passada, no Mato Grosso do Sul. A vítima ─ apoiadora do ex-presidente Lula ─ foi morta a facadas por um bolsonarista. Coincidentemente, horas antes do crime, durante comício na praia de Copacabana no dia 7 de setembro, Bolsonaro disse que era necessário “extirpar da vida pública” adversários políticos da esquerda.
Isso sem contar com as ameaças sofridas pelos candidatos progressistas e por jornalistas que ousam questionar o mal que Bolsonaro tem feito ao país. Guilherme Boulos, um grande aliado do nosso movimento, foi ameaçado com arma de fogo enquanto fazia campanha em São Paulo. A vereadora de Rio Grande do Sul, Cleres Relevante, do PT, foi perseguida por bolsonarista que colidiu na traseira do seu carro. No DF, no último fim de semana, um policial ameaçou um Comitê Popular, no Recanto das Emas. O caso foi denunciado pelos diretórios regionais do PT, PSol, PCdoB, PV e PSB à Segurança Pública. E isso é apenas a ponta do iceberg.
Por isso, nossa missão, além de eleger Lula no primeiro turno, é derrotar o bolsonarismo nas ruas. Não há espaço para o ódio que se instaurou no nosso Brasil. Não há espaço para tamanha violência que tem corroído aos poucos nossa democracia. Não há espaço para aqueles e aquelas que clamam pela volta do regime da ditadura. Não há espaço para a barbárie.
Como Lula disse “O que está em jogo não é um homem contra outro, é a possibilidade de recuperar o bem-estar do povo brasileiro. E recuperar a esperança, o jeito gostoso de viver a vida. Nós vamos fazer isso”.
Por Julimar Roberto