sexta-feira, abril 19, 2024

ONG contratada pelo governo Bolsonaro cobrou de famílias pobres por cisternas

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Projeto do Ministério da Cidadania era para 3.012 equipamentos e incluía custo total, mas entidade exigiu dinheiro de pessoas do sertão de MG e não entregou cisternas

O governo de Jair Bolsonaro (PL) assinou um contrato com a ONG Central das Associações de Agricultura Familiar (Ceapa), de Alagoas, no valor de R$ 15 milhões para instalação de 3.012 cisternas. A ONG cobrou ilegalmente das famílias em situação de pobreza pelo equipamento e nunca entregou as instalações.

Cinco municípios foram contemplados por um convênio firmado entre o Consórcio Inframinas, que reúne prefeituras da região, e o então Ministério da Cidadania.

Os equipamentos de armazenamento de água para municípios do semiárido de Minas Gerais eram totalmente custeados por recursos públicos, mas a Ceapa cobrou uma contrapartida ilegal para instalar as cisternas.

Alguns moradores fizeram empréstimo para bancar parte da construção das cisternas, outros desistiram de participar do programa por causa da dificuldade financeira, diz reportagem da Folha de S Paulo, que confirmou a denúncia com pelo menos dez famílias.

Bolsonaro exterminou programa de construção de cisternas criado por Lula

Em 2020, um ano após Bolsonaro assumir a presidência da República, a construção de cisternas, o maior programa de armazenamento de água de chuva para beber e cozinhar do país, chegou ao pior patamar de investimento desde sua criação, há 17 anos. Foram construídas apenas 8.310 cisternas , o que equivale a uma queda de 73% em relação a 2019 – quando foram 30.583 equipamentos construídos, o menor número do programa para um ano até então.

Em 2014, esse número chegou a 149 mil, o que representa uma queda de 94% nos últimos seis anos.

Criado pelo governo Lula (PT), em 2003, para resolver o drama da seca no sertão nordestino, o programa construiu e entregou para a comunidade cerca de 1,2 milhões de cisternas para consumo humano até 31 de agosto de 2016, último ano do governo da presidenta Dilma Rousseff, destituída após o golpe de estado. Cerca de 5 milhões de brasileiros foram beneficiados.

FONTE: CUT BRASIL.

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